“No novo século seremos todos insanos”.
POR Redação SRzd18/08/2006|3 min de leitura
“No novo século seremos todos insanos”.
POR Redação SRzd18/08/2006|3 min de leitura
Anjos na América
(Angels in America)
EUA, 2003
Com Al Pacino, Meryl Streep, Emma Thompson, Mary-Louise Parker, Justin Kirk, Ben Shenkman, Jeffrey Wright
Cinco Globos de Ouro e 11 prêmios Emmy.
“No novo século seremos todos insanos”.
Filmes que ultrapassam duas horas me deixam impaciente. Esse tem 374 minutos, faz as contas. Na verdade é uma minissérie da HBO, mas Anjos da América é tão cheio de climas, que não consigo imaginar assisti-lo em pedaços. Quando olhei caixinha com dois dvds, e vi como era longo, esperei um sábado, e me instalei na cama, com meias e cobertores. Assisti numa tacada.
Pipocas não combinam. Quem é homofóbico também deve evitar ‘ mas será que um homem beijar outro na boca ainda causa algum incômodo?
Dizer que se trata de um filme gay seria simplificá-lo. É tão alegórico, tão apocalíptico! Sobre o mundo que a gente vive, e as coisas cruas. Se não fosse pelo seu final, poderia-se dizer que é tremendamente pessimista. Eu quase cortei os pulsos na metade, porque tudo parece desanimador. Mas as cenas vão revelando coisas, e nada do que parece que vai acontecer realmente acontece, e a história mistura delírios, alucinações, anjos.
Se passa em 1986, quando Aids ainda era uma palavra que se cochichava. Prior (Kirk) e Louis ( Shenkman) moram juntos há 4 anos. Quando o primeiro fica doente, seu companheiro não se sente emocionalmente capaz de ajudá-lo. Paralelo a isso, Roy Cohn (Pacino) é o esteriótipo do homem poderoso e sem escrúpulos, e Harper (Parker – sensacional) uma mulher viciada em Valium, casada com um rapaz mormon que tem medo da própria sexualidade. As histórias se cruzam nesse filme melancólico, mas com vários momentos de humor, como a cena de um funeral – com drag queens e carpideiras italianas contratadas, que se parece com uma parada gay.
Com um elenco cheio de feras, destacaria Jeffrey Wright , no papel de um enfermeiro, responsável pelas cenas mais engraçadas, e também pelas falas mais contundentes. O ator foi o único a participar da montagem teatral que, como na tela, usa os mesmos atores para representar vários personagens.
Extra Robert Altman ia dirigir o filme, e Al Pacino foi escolha sua. O saco de Doritos que aparece no filme ainda não existia em 1986.
Al Pacino não permitia que ninguém olhasse pra ele enquanto estava atuando.
Marina W. é jornalista
www.blowg.pixelzine.com
Anjos na América
(Angels in America)
EUA, 2003
Com Al Pacino, Meryl Streep, Emma Thompson, Mary-Louise Parker, Justin Kirk, Ben Shenkman, Jeffrey Wright
Cinco Globos de Ouro e 11 prêmios Emmy.
“No novo século seremos todos insanos”.
Filmes que ultrapassam duas horas me deixam impaciente. Esse tem 374 minutos, faz as contas. Na verdade é uma minissérie da HBO, mas Anjos da América é tão cheio de climas, que não consigo imaginar assisti-lo em pedaços. Quando olhei caixinha com dois dvds, e vi como era longo, esperei um sábado, e me instalei na cama, com meias e cobertores. Assisti numa tacada.
Pipocas não combinam. Quem é homofóbico também deve evitar ‘ mas será que um homem beijar outro na boca ainda causa algum incômodo?
Dizer que se trata de um filme gay seria simplificá-lo. É tão alegórico, tão apocalíptico! Sobre o mundo que a gente vive, e as coisas cruas. Se não fosse pelo seu final, poderia-se dizer que é tremendamente pessimista. Eu quase cortei os pulsos na metade, porque tudo parece desanimador. Mas as cenas vão revelando coisas, e nada do que parece que vai acontecer realmente acontece, e a história mistura delírios, alucinações, anjos.
Se passa em 1986, quando Aids ainda era uma palavra que se cochichava. Prior (Kirk) e Louis ( Shenkman) moram juntos há 4 anos. Quando o primeiro fica doente, seu companheiro não se sente emocionalmente capaz de ajudá-lo. Paralelo a isso, Roy Cohn (Pacino) é o esteriótipo do homem poderoso e sem escrúpulos, e Harper (Parker – sensacional) uma mulher viciada em Valium, casada com um rapaz mormon que tem medo da própria sexualidade. As histórias se cruzam nesse filme melancólico, mas com vários momentos de humor, como a cena de um funeral – com drag queens e carpideiras italianas contratadas, que se parece com uma parada gay.
Com um elenco cheio de feras, destacaria Jeffrey Wright , no papel de um enfermeiro, responsável pelas cenas mais engraçadas, e também pelas falas mais contundentes. O ator foi o único a participar da montagem teatral que, como na tela, usa os mesmos atores para representar vários personagens.
Extra Robert Altman ia dirigir o filme, e Al Pacino foi escolha sua. O saco de Doritos que aparece no filme ainda não existia em 1986.
Al Pacino não permitia que ninguém olhasse pra ele enquanto estava atuando.
Marina W. é jornalista
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