Acúmulo de gordura nos braços, pernas e quadris? Médico explica o que é o Lipedema

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O Lipedema é uma doença progressiva causada por acúmulo de gordura em regiões específicas do corpo como braços, pernas e quadris, que provoca sofrimento físico e psicológico e atinge cerca de 10% das mulheres em todo o mundo, segundo dados da Sociedade Espanhola de Medicina Estética (SEME). Foi diagnosticada pela primeira em 1960, mas começou […]

POR Redação SRzd28/11/2020|5 min de leitura

Acúmulo de gordura nos braços, pernas e quadris? Médico explica o que é o Lipedema

Acúmulo de gordura nas pernas e braços pode ser sinal de lipedema. Foto: Reprodução de Internet

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O Lipedema é uma doença progressiva causada por acúmulo de gordura em regiões específicas do corpo como braços, pernas e quadris, que provoca sofrimento físico e psicológico e atinge cerca de 10% das mulheres em todo o mundo, segundo dados da Sociedade Espanhola de Medicina Estética (SEME).

Foi diagnosticada pela primeira em 1960, mas começou a ter evidência nos últimos três anos. É confundida muitas vezes com obesidade ou alterações linfáticas, por falta de conhecimento e de informação da classe médica, e atinge quase que exclusivamente o público feminino, pois está associado a um padrão hormonal feminino.

Um estudo brasileiro recente que analisou 106 mulheres e traçou o perfil epidemiológico de pacientes com Lipedema revelou que apenas 9% dos médicos consultados estavam aptos a fazer o diagnóstico da doença que pode acometer cerca de 5 milhões de mulheres no Brasil.

A doença, que deverá ser incluída no próximo Código Internacional de Doenças (CID 11) em 2022 – ainda é mal diagnosticada não só no Brasil, mas mundialmente. Ainda segundo o estudo brasileiro, apesar de grande parte das pacientes apresentarem um peso normal, o tumor de gordura chamado Lipedema foi confundido com obesidade em 75% das pacientes.

Como identificar

As principais características do Lipedema, que possui quatro estágios (foto abaixo), são: dores frequentes nas regiões das pernas, quadril, braços e antebraços, que ficam mais grossos e desproporcionais em comparação com o restante do corpo, no tornozelo parece que há um “garrote” e os joelhos perdem o contorno.

A mulher pode apresentar hematomas (ficar roxa) por qualquer movimento mais brusco. Isto acontece porque a doença provoca reação inflamatória em células de gordura nestas regiões.

Se eu tenho canela grossa, tenho Lipedema?

É preciso identificar se a mulher tem algumas das características da doença para gerar pontos de atenção. Se há perda de mobilidade, aumento progressivo dessa gordura com o passar dos anos, se há dor em algumas das regiões-foco e dificuldades em eliminar a gordura mesmo com dieta e atividade física, é recomendado procurar ajuda médica, pois pode ser Lipedema.

Um dos exames que facilitam o diagnóstico é a ressonância magnética, em que é possível observar o acúmulo de gordura ao redor dos músculos. O estudo revelou que 94% das pacientes ouvidas relataram limitação física e impacto psicossocial devido à doença.

Mais de cinco mil pessoas por mês procuram por Lipedema no Google. No Brasil, há poucos médicos especialistas no tratamento da doença

Segundo o doutor Fábio Kamamoto, um dos poucos especialistas no assunto em todo o Brasil, muitas destas pacientes relatam o início dos sintomas após a menstruação, uso de anticoncepcionais, gravidez e menopausa, momentos em que existem grandes mudanças hormonais.

Segundo o estudo brasileiro, 63% das pacientes revelam histórico familiar da doença, algumas vezes acometendo três gerações: avó, mãe e a paciente, evidenciando a tese de que a doença pode ser genética. O Lipedema não é fatal, mas atrapalha a qualidade de vida da mulher de tal forma, que pode desencadear distúrbios como depressão, obesidade, perda de mobilidade e redução de auto estima.

Tipos de tratamento

Há dois tipos de tratamento para o Lipedema, o clínico e o cirúrgico. O clínico é composto por dieta anti-inflamatória (legumes, carnes, sem sódio e glúten ou bebidas alcóolicas); uso de plataforma vibratória, que diminui o inchaço nas regiões; drenagem linfática para tirar o excesso de líquido; e, por fim, a técnica de taping, aplicada por um fisioterapeuta para melhorar o desconforto. Estas ações amenizam os sintomas, mas não resolvem o problema da gordura nas regiões dos braços, pernas e quadril, pois não extrai as células doentes.

Já o cirúrgico é feito com Lipoaspiração e é definitiva, uma vez que é removida esta gordura não volta mais, pois não há multiplicação dessas células. “É possível remover por meio de Lipoaspiração até 7% do peso corpóreo. Ou seja, um paciente de 100 quilos poderia remover até 7 litros de gordura”, comenta o profissional, destacando que antes de tratar o Lipedema, é importante que a mulher melhore sua qualidade de vida, por meio de atividades físicas regulares, mude hábitos que podem ser nocivos como bebidas alcóolicas, por exemplo, ter uma perspectiva positiva da vida e uma boa alimentação.

Associação luta para que o Lipedema tenha tratamento gratuito no SUS

A Associação Brasileira de Pacientes com Lipedema (Abrali) – foi criada em outubro de 2019 por um grupo de mulheres portadoras da doença e contou com o apoio de Kamamoto.

Voltada para a descoberta e divulgação de tratamentos, hoje, a Associação, que hoje reúne mais de 300 mulheres, luta não só para que a doença seja reconhecida pela classe médica, mas em prol de uma causa maior: para que haja tratamento gratuito do Lipedema no SUS e nos convênios médicos. Por ser ainda desconhecida e mal diagnosticada, as mulheres que sofrem com a doença não têm a quem recorrer.










O Lipedema é uma doença progressiva causada por acúmulo de gordura em regiões específicas do corpo como braços, pernas e quadris, que provoca sofrimento físico e psicológico e atinge cerca de 10% das mulheres em todo o mundo, segundo dados da Sociedade Espanhola de Medicina Estética (SEME).

Foi diagnosticada pela primeira em 1960, mas começou a ter evidência nos últimos três anos. É confundida muitas vezes com obesidade ou alterações linfáticas, por falta de conhecimento e de informação da classe médica, e atinge quase que exclusivamente o público feminino, pois está associado a um padrão hormonal feminino.

Um estudo brasileiro recente que analisou 106 mulheres e traçou o perfil epidemiológico de pacientes com Lipedema revelou que apenas 9% dos médicos consultados estavam aptos a fazer o diagnóstico da doença que pode acometer cerca de 5 milhões de mulheres no Brasil.

A doença, que deverá ser incluída no próximo Código Internacional de Doenças (CID 11) em 2022 – ainda é mal diagnosticada não só no Brasil, mas mundialmente. Ainda segundo o estudo brasileiro, apesar de grande parte das pacientes apresentarem um peso normal, o tumor de gordura chamado Lipedema foi confundido com obesidade em 75% das pacientes.

Como identificar

As principais características do Lipedema, que possui quatro estágios (foto abaixo), são: dores frequentes nas regiões das pernas, quadril, braços e antebraços, que ficam mais grossos e desproporcionais em comparação com o restante do corpo, no tornozelo parece que há um “garrote” e os joelhos perdem o contorno.

A mulher pode apresentar hematomas (ficar roxa) por qualquer movimento mais brusco. Isto acontece porque a doença provoca reação inflamatória em células de gordura nestas regiões.

Se eu tenho canela grossa, tenho Lipedema?

É preciso identificar se a mulher tem algumas das características da doença para gerar pontos de atenção. Se há perda de mobilidade, aumento progressivo dessa gordura com o passar dos anos, se há dor em algumas das regiões-foco e dificuldades em eliminar a gordura mesmo com dieta e atividade física, é recomendado procurar ajuda médica, pois pode ser Lipedema.

Um dos exames que facilitam o diagnóstico é a ressonância magnética, em que é possível observar o acúmulo de gordura ao redor dos músculos. O estudo revelou que 94% das pacientes ouvidas relataram limitação física e impacto psicossocial devido à doença.

Mais de cinco mil pessoas por mês procuram por Lipedema no Google. No Brasil, há poucos médicos especialistas no tratamento da doença

Segundo o doutor Fábio Kamamoto, um dos poucos especialistas no assunto em todo o Brasil, muitas destas pacientes relatam o início dos sintomas após a menstruação, uso de anticoncepcionais, gravidez e menopausa, momentos em que existem grandes mudanças hormonais.

Segundo o estudo brasileiro, 63% das pacientes revelam histórico familiar da doença, algumas vezes acometendo três gerações: avó, mãe e a paciente, evidenciando a tese de que a doença pode ser genética. O Lipedema não é fatal, mas atrapalha a qualidade de vida da mulher de tal forma, que pode desencadear distúrbios como depressão, obesidade, perda de mobilidade e redução de auto estima.

Tipos de tratamento

Há dois tipos de tratamento para o Lipedema, o clínico e o cirúrgico. O clínico é composto por dieta anti-inflamatória (legumes, carnes, sem sódio e glúten ou bebidas alcóolicas); uso de plataforma vibratória, que diminui o inchaço nas regiões; drenagem linfática para tirar o excesso de líquido; e, por fim, a técnica de taping, aplicada por um fisioterapeuta para melhorar o desconforto. Estas ações amenizam os sintomas, mas não resolvem o problema da gordura nas regiões dos braços, pernas e quadril, pois não extrai as células doentes.

Já o cirúrgico é feito com Lipoaspiração e é definitiva, uma vez que é removida esta gordura não volta mais, pois não há multiplicação dessas células. “É possível remover por meio de Lipoaspiração até 7% do peso corpóreo. Ou seja, um paciente de 100 quilos poderia remover até 7 litros de gordura”, comenta o profissional, destacando que antes de tratar o Lipedema, é importante que a mulher melhore sua qualidade de vida, por meio de atividades físicas regulares, mude hábitos que podem ser nocivos como bebidas alcóolicas, por exemplo, ter uma perspectiva positiva da vida e uma boa alimentação.

Associação luta para que o Lipedema tenha tratamento gratuito no SUS

A Associação Brasileira de Pacientes com Lipedema (Abrali) – foi criada em outubro de 2019 por um grupo de mulheres portadoras da doença e contou com o apoio de Kamamoto.

Voltada para a descoberta e divulgação de tratamentos, hoje, a Associação, que hoje reúne mais de 300 mulheres, luta não só para que a doença seja reconhecida pela classe médica, mas em prol de uma causa maior: para que haja tratamento gratuito do Lipedema no SUS e nos convênios médicos. Por ser ainda desconhecida e mal diagnosticada, as mulheres que sofrem com a doença não têm a quem recorrer.










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