Nostalgia: o polêmico documentário ‘Na Cama com Madonna’

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Documentário foi filmado durante a turnê “Blond Ambition”, quando Madonna vivia o auge de sua carreira.

POR Redação SRzd12/06/2015|5 min de leitura

Nostalgia: o polêmico documentário ‘Na Cama com Madonna’
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Foto: DivulgaçãoEm menos de uma semana tive a oportunidade de assistir a dois documentários sobre ídolos da música mundial, cada um com o seu público, claro. O primeiro na TV por assinatura no último sábado, dia 06, “Backstreet Boys: Show ‘Em What You’re Made Of” (Idem – 2015), sobre a maior boy-band da década de 1990, o Backstreet Boys. E na manhã da última quinta-feira, dia 11, assisti “Cobain: Montage of Heck” (Idem – 2015), sobre Kurt Cobain, o líder do Nirvana, uma das principais bandas dos anos de 1990 – a crítica estará disponível na editoria de cinema na próxima semana. 

Ao sair da sessão fechada para a imprensa de “Cobain: Montage of Heck”, lembrei-me de diversos músicos e grupos que tiveram suas trajetórias mostradas nas telas de cinema ao longo dos anos. Dentre todos os excelentes documentários já produzidos, considero um especialmente inesquecível, não apenas por ter sido lançado em meio a um enorme burburinho, mas por retratar uma cantora que sempre teve “polêmica” no sobrenome: Madonna.

“Na Cama com Madonna” (Madonna: Truth or Dare – 1991) foi lançado há 24 anos e tem resistido bravamente ao teste do tempo, assim como a própria Madonna, cujo reinado nenhuma outra cantora foi capaz de abalar. Afinal, rainha é rainha, não importa quantas súditas (confessas ou não) se lancem no cenário musical.

Neste ponto, preciso confessar que este documentário é especial para mim, também por ser fã da cantora desde criança, quando meus discos da Xuxa, Trem da Alegria e Balão Mágico se misturavam aos da minha irmã, que curtia bandas como A-Ha, Legião Urbana, Oingo Boingo e, claro, Madonna. Obviamente, não tinha tanta liberdade para mexer nos LP’s preferidos dela, entenda-se “Madonna”, “True Blue” e “Like a Prayer”; pois era criança e poderia danificá-los acidentalmente… talvez por isso, fossem alguns dos meus preferidos também.

Eram o final dos anos 80 e início dos de 90, uma época em que a cantora vivia o auge de sua carreira musical e continuava tentando se firmar no cinema com “Dick Tracy” (Idem – 1990), após ter invadido as telas em filmes que acabaram se tornando clássicos da “Sessão da Tarde” aqui no Brasil – “Procura-se Susan Desesperadamente” (Desperately Seeking Susan – 1985) e “Quem é Essa Garota?” (Who’s That Girl – 1987).

E eis que Madonna decidiu invadir as telas de cinema novamente, mas sem ser Susan, Nikki Finn ou Breathless Mahoney. Era a diva pop como ela mesma, em sua melhor forma, mostrando os bastidores de uma de suas melhores turnês, a “Blond Ambition” (1990). Como fã, estava sedenta para assisti-lo e descobrir o porquê de tanto burburinho. Como não podia ver no cinema por causa da classificação indicativa, esperei sair em VHS e assisti escondida, já que contém cenas impróprias para crianças, principalmente a da memorável performance de “Like a Virgin”.

A primeira impressão que tive de “Na Cama com Madonna” foi a de que aquela turnê era fantástica, que a iniciativa de compartilhar os seus bastidores era melhor ainda e que iria assisti-lo de novo. De fato, assisti muitas outras vezes, não faço ideia de quantas, mas somente quando cresci pude ter a real noção de como este documentário foi importante para a carreira da cantora e também para a época, pois fala abertamente de temas considerados tabus há 24 anos.

Com direção de Alek Keshishian, o longa foi bastante elogiado pela crítica na época, inclusive pelo renomado Gene Siskel, parceiro de Roger Ebert no “Siskel & Ebert & the Movies”, que o classificou como um dos mais divertidos daquele ano. Realmente, este documentário é divertido em diversos momentos, mas também dá lugar a uma atmosfera mais séria ao mostrar a relação de Madonna com a família e a perda da mãe aos cinco anos de idade; bem como por fazer uma crítica aberta ao comportamento das celebridades de Hollywood e por abordar um tema constante em sua carreia, religião.

Madonna tem uma relação estreita e controversa com religião e chegou a irritar o Vaticano diversas vezes, como por exemplo, no polêmico clipe de “Like a Prayer”, ao qual ela se apaixona por um santo negro e mostra a cruz em chamas. Esse relacionamento conturbado levou ao cancelamento de dois de seus shows na Itália em 1990, após a tentativa do Vaticano de proibir as apresentações.

“Meu show não é convencional, é uma representação teatral da minha música. E, como no teatro, questiona, incita ideias e conduz a uma jornada emocional, retratando o bem e o mal, luz e escuridão, alegria e tristeza, redenção e salvação. Não prego um estilo de vida, apenas descrevo um. Cabe ao público fazer o julgamento. É isso que considero liberdade de expressão, liberdade de pensamento”, disse à imprensa à época, em episódio mostrado em “Na Cama com Madonna”.

Mais do que referências religiosas, o que levou o Vaticano a tentar proibir as apresentações foi o mesmo motivo que quase causou a prisão da cantora em Toronto (Canadá), sob a acusação de “comportamento obsceno”: a já citada performance de “Like a Virgin”, ao qual a cantora e dois dançarinos protagonizam cenas picantes no palco.

“Na Cama com Madonna” é uma oportunidade de o público conhecer a fase mais popular da cantora e, através de seu relacionamento com seus dançarinos, refletir sobre respeito ao próximo, independente de qualquer outra coisa. É um documentário divertido, sim, mas instigante e de extrema qualidade. Um retrato intimista de um dos maiores nomes da música mundial, apresentando ainda o seu lado controlador, realizado num período em que Madonna adorava estar na mídia. Se você ainda não o assistiu, não perca tempo, pois vale muito a pena!

Foto: DivulgaçãoEm menos de uma semana tive a oportunidade de assistir a dois documentários sobre ídolos da música mundial, cada um com o seu público, claro. O primeiro na TV por assinatura no último sábado, dia 06, “Backstreet Boys: Show ‘Em What You’re Made Of” (Idem – 2015), sobre a maior boy-band da década de 1990, o Backstreet Boys. E na manhã da última quinta-feira, dia 11, assisti “Cobain: Montage of Heck” (Idem – 2015), sobre Kurt Cobain, o líder do Nirvana, uma das principais bandas dos anos de 1990 – a crítica estará disponível na editoria de cinema na próxima semana. 

Ao sair da sessão fechada para a imprensa de “Cobain: Montage of Heck”, lembrei-me de diversos músicos e grupos que tiveram suas trajetórias mostradas nas telas de cinema ao longo dos anos. Dentre todos os excelentes documentários já produzidos, considero um especialmente inesquecível, não apenas por ter sido lançado em meio a um enorme burburinho, mas por retratar uma cantora que sempre teve “polêmica” no sobrenome: Madonna.

“Na Cama com Madonna” (Madonna: Truth or Dare – 1991) foi lançado há 24 anos e tem resistido bravamente ao teste do tempo, assim como a própria Madonna, cujo reinado nenhuma outra cantora foi capaz de abalar. Afinal, rainha é rainha, não importa quantas súditas (confessas ou não) se lancem no cenário musical.

Neste ponto, preciso confessar que este documentário é especial para mim, também por ser fã da cantora desde criança, quando meus discos da Xuxa, Trem da Alegria e Balão Mágico se misturavam aos da minha irmã, que curtia bandas como A-Ha, Legião Urbana, Oingo Boingo e, claro, Madonna. Obviamente, não tinha tanta liberdade para mexer nos LP’s preferidos dela, entenda-se “Madonna”, “True Blue” e “Like a Prayer”; pois era criança e poderia danificá-los acidentalmente… talvez por isso, fossem alguns dos meus preferidos também.

Eram o final dos anos 80 e início dos de 90, uma época em que a cantora vivia o auge de sua carreira musical e continuava tentando se firmar no cinema com “Dick Tracy” (Idem – 1990), após ter invadido as telas em filmes que acabaram se tornando clássicos da “Sessão da Tarde” aqui no Brasil – “Procura-se Susan Desesperadamente” (Desperately Seeking Susan – 1985) e “Quem é Essa Garota?” (Who’s That Girl – 1987).

E eis que Madonna decidiu invadir as telas de cinema novamente, mas sem ser Susan, Nikki Finn ou Breathless Mahoney. Era a diva pop como ela mesma, em sua melhor forma, mostrando os bastidores de uma de suas melhores turnês, a “Blond Ambition” (1990). Como fã, estava sedenta para assisti-lo e descobrir o porquê de tanto burburinho. Como não podia ver no cinema por causa da classificação indicativa, esperei sair em VHS e assisti escondida, já que contém cenas impróprias para crianças, principalmente a da memorável performance de “Like a Virgin”.

A primeira impressão que tive de “Na Cama com Madonna” foi a de que aquela turnê era fantástica, que a iniciativa de compartilhar os seus bastidores era melhor ainda e que iria assisti-lo de novo. De fato, assisti muitas outras vezes, não faço ideia de quantas, mas somente quando cresci pude ter a real noção de como este documentário foi importante para a carreira da cantora e também para a época, pois fala abertamente de temas considerados tabus há 24 anos.

Com direção de Alek Keshishian, o longa foi bastante elogiado pela crítica na época, inclusive pelo renomado Gene Siskel, parceiro de Roger Ebert no “Siskel & Ebert & the Movies”, que o classificou como um dos mais divertidos daquele ano. Realmente, este documentário é divertido em diversos momentos, mas também dá lugar a uma atmosfera mais séria ao mostrar a relação de Madonna com a família e a perda da mãe aos cinco anos de idade; bem como por fazer uma crítica aberta ao comportamento das celebridades de Hollywood e por abordar um tema constante em sua carreia, religião.

Madonna tem uma relação estreita e controversa com religião e chegou a irritar o Vaticano diversas vezes, como por exemplo, no polêmico clipe de “Like a Prayer”, ao qual ela se apaixona por um santo negro e mostra a cruz em chamas. Esse relacionamento conturbado levou ao cancelamento de dois de seus shows na Itália em 1990, após a tentativa do Vaticano de proibir as apresentações.

“Meu show não é convencional, é uma representação teatral da minha música. E, como no teatro, questiona, incita ideias e conduz a uma jornada emocional, retratando o bem e o mal, luz e escuridão, alegria e tristeza, redenção e salvação. Não prego um estilo de vida, apenas descrevo um. Cabe ao público fazer o julgamento. É isso que considero liberdade de expressão, liberdade de pensamento”, disse à imprensa à época, em episódio mostrado em “Na Cama com Madonna”.

Mais do que referências religiosas, o que levou o Vaticano a tentar proibir as apresentações foi o mesmo motivo que quase causou a prisão da cantora em Toronto (Canadá), sob a acusação de “comportamento obsceno”: a já citada performance de “Like a Virgin”, ao qual a cantora e dois dançarinos protagonizam cenas picantes no palco.

“Na Cama com Madonna” é uma oportunidade de o público conhecer a fase mais popular da cantora e, através de seu relacionamento com seus dançarinos, refletir sobre respeito ao próximo, independente de qualquer outra coisa. É um documentário divertido, sim, mas instigante e de extrema qualidade. Um retrato intimista de um dos maiores nomes da música mundial, apresentando ainda o seu lado controlador, realizado num período em que Madonna adorava estar na mídia. Se você ainda não o assistiu, não perca tempo, pois vale muito a pena!

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