Setembro Amarelo: O que você precisa saber sobre prevenção do suicídio

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O que significa “setembro amarelo”? É uma das mais importantes campanhas de prevenção do Brasil. Dados inéditos do Ministério da Saúde apontam que o suicídio é a quarta causa de morte entre jovens. A alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos é preocupante. Nessa faixa etária, foram registradas média de 8,9 mortes […]

POR Redação SRzd12/09/2018|5 min de leitura

Setembro Amarelo: O que você precisa saber sobre prevenção do suicídio

Setembro Amarelo. Foto: Reprodução

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O que significa “setembro amarelo”? É uma das mais importantes campanhas de prevenção do Brasil. Dados inéditos do Ministério da Saúde apontam que o suicídio é a quarta causa de morte entre jovens. A alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos é preocupante. Nessa faixa etária, foram registradas média de 8,9 mortes por 100 mil nos últimos seis anos. A média nacional é 5,5 por 100 mil. Também chamam atenção o alto índice entre jovens, principalmente homens, e indígenas. Novas ações oficiais do Governo  pretendem orientar a expansão e qualificação da assistência em saúde mental no país. para diminuir as estatísticas nos próximos anos.

A preocupação com o problema deve ser de todos. A psicóloga Katia Coimbra, graduada pela UFRJ, com MBA em Saúde Suplementar, Gestão Hospitalar e em Gestão Estratégica de Pessoas, que atua no setor de Ouvidoria da Samoc Saúde, tem muita experiência no assunto. “A escuta e o diálogo são sempre as melhores e mais eficazes ferramentas de apoio, aliadas a terapia medicamentosa”.

Em entrevista ao SRzd, ela tratou do problema de forma franca.

Setembro é o mês mundial de prevenção do suicídio, chamado também de Setembro Amarelo. O assunto ainda é tabu?

Sim. O suicídio é ainda hoje considerado um tabu para a sociedade e para as famílias, mesmo tendo maior divulgação e relatos sobre o caso. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio está entre as três maiores causas de morte entre indivíduos na idade entre 15 a 35 anos e sendo a sexta causa por incapacitação. O suicídio correlaciona-se à estados mentais (depressão, uso de substâncias psicoativas, transtornos de personalidade – boderline; narcisista e antissocial, ansiedade e esquizofrenia); estados psicológicos (perdas recentes, dinâmica familiar conturbada, datas importantes, traços de personalidade impulsiva, agressiva e humor instável); aspectos sociodemográficos (estudos apontam que é mais comum no sexo masculino, na faixa etária entre 15 e 35 anos e acima de 75 anos; desempregados; isolamento social.), além de condições clínicas incapacitantes ( dor crônica; epilepsia; neoplasias malignas, lesões desfigurantes e doenças infectocontagiosas).

Acreditar que o objetivo final é a morte, é cometer julgamento enganoso.

Quais as razões para tanta falta de informação sobre o suicídio? E como devemos lidar com o problema?

O suicídio em nossa cultura ainda é mascarada pela banalização dos transtornos psicológicos e mentais e na sua grande maioria pela ausência do conhecimento da doença levando a prática do ato sem que busquem a ajuda necessária: profissionais especializados (Psicólogos/Psiquiatra); grupos de apoio (CVV – Centro de Valorização da Vida – atende gratuitamente: ligue 188) e apoio familiar. A escuta e o diálogo são sempre a melhores e mais eficazes ferramentas de apoio aliadas a terapia medicamentosa. O indivíduo que encontra-se em depressão e com ideias de morte busca a eliminação da dor. Acreditar que o objetivo final é a morte, é cometer julgamento enganoso.

Eventos como caminhadas, palestras, edifícios iluminados, distribuição de folhetos e atendimentos em locais públicos ajudam a enfrentar o preconceito que muitos têm sobre o drama vivido por milhões de pessoas no mundo?

Sim, eventos, palestras, caminhadas e etc são medidas que contribuem para modificar o conceito e o tabu envolvendo o tema, deve- se reforçar os vínculos saudáveis da pessoa. Fortalecer os vínculos sociais do indivíduo (grupos, comunidades e instituições), também. Reitero que, atentar para “frases de alerta” é fundamental, visto que trazem à tona os pensamentos suicidas, indicando pedidos de ajuda que não podem e nem devem ser ignorados. Toda frase de alerta é acrescida pelos “4 D”: Depressão, Desesperança, Desamparo e Desespero. O principal é procurar resgatar a esperança de que as coisas podem melhorar. Sem sombra de dúvidas, a escuta sem preconceitos de valores é o maior passo para o apoio.

Psicóloga Katia Coimbra. Foto: Arquivo Pessoal
Psicóloga Katia Coimbra. Foto: Arquivo Pessoal

Estatística recente diz que ocorrem 32 suicídios diariamente no país, média de 1 morte a cada 45 minutos. Do ponto de vista médico, o que se deve fazer para amenizar a dor de quem não quer mais viver?

Oferecer apoio emocional. Falar sobre as circunstâncias pessoais e sociais. Trabalhar os sentimentos suicidas, perdas, isolamento, desvalorização, baixa auto estima. Enfatizar “aspectos positivos” conduzindo a uma postura reflexiva entre viver e morrer até que o desejo de viver prevaleça. Efetuar encaminhamento a médico especialista, o psiquiatra.

O movimento Setembro Amarelo, mês mundial de prevenção do suicídio, foi iniciado em 2015. A senhora tem alguma informação dos avanços no esforço da prevenção?

Segundo o Ministério da Saúde, o índice de suicídios cresceu entre 2011 e 2015 no Brasil. A meta é reduzir em 10% a mortalidade por suicídio até 2020, sendo a redução da taxa de mortalidade parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030. O Brasil está entre os países que assinou o Plano de Ação em Saúde Mental 2015- 2020 lançado pela OPAS (Organização Pan Americana da Saúde) com objetivo de acompanhar o número anual de mortes e o desenvolvimento de programas de prevenção.

 

 

 

O que significa “setembro amarelo”? É uma das mais importantes campanhas de prevenção do Brasil. Dados inéditos do Ministério da Saúde apontam que o suicídio é a quarta causa de morte entre jovens. A alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos é preocupante. Nessa faixa etária, foram registradas média de 8,9 mortes por 100 mil nos últimos seis anos. A média nacional é 5,5 por 100 mil. Também chamam atenção o alto índice entre jovens, principalmente homens, e indígenas. Novas ações oficiais do Governo  pretendem orientar a expansão e qualificação da assistência em saúde mental no país. para diminuir as estatísticas nos próximos anos.

A preocupação com o problema deve ser de todos. A psicóloga Katia Coimbra, graduada pela UFRJ, com MBA em Saúde Suplementar, Gestão Hospitalar e em Gestão Estratégica de Pessoas, que atua no setor de Ouvidoria da Samoc Saúde, tem muita experiência no assunto. “A escuta e o diálogo são sempre as melhores e mais eficazes ferramentas de apoio, aliadas a terapia medicamentosa”.

Em entrevista ao SRzd, ela tratou do problema de forma franca.

Setembro é o mês mundial de prevenção do suicídio, chamado também de Setembro Amarelo. O assunto ainda é tabu?

Sim. O suicídio é ainda hoje considerado um tabu para a sociedade e para as famílias, mesmo tendo maior divulgação e relatos sobre o caso. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio está entre as três maiores causas de morte entre indivíduos na idade entre 15 a 35 anos e sendo a sexta causa por incapacitação. O suicídio correlaciona-se à estados mentais (depressão, uso de substâncias psicoativas, transtornos de personalidade – boderline; narcisista e antissocial, ansiedade e esquizofrenia); estados psicológicos (perdas recentes, dinâmica familiar conturbada, datas importantes, traços de personalidade impulsiva, agressiva e humor instável); aspectos sociodemográficos (estudos apontam que é mais comum no sexo masculino, na faixa etária entre 15 e 35 anos e acima de 75 anos; desempregados; isolamento social.), além de condições clínicas incapacitantes ( dor crônica; epilepsia; neoplasias malignas, lesões desfigurantes e doenças infectocontagiosas).

Acreditar que o objetivo final é a morte, é cometer julgamento enganoso.

Quais as razões para tanta falta de informação sobre o suicídio? E como devemos lidar com o problema?

O suicídio em nossa cultura ainda é mascarada pela banalização dos transtornos psicológicos e mentais e na sua grande maioria pela ausência do conhecimento da doença levando a prática do ato sem que busquem a ajuda necessária: profissionais especializados (Psicólogos/Psiquiatra); grupos de apoio (CVV – Centro de Valorização da Vida – atende gratuitamente: ligue 188) e apoio familiar. A escuta e o diálogo são sempre a melhores e mais eficazes ferramentas de apoio aliadas a terapia medicamentosa. O indivíduo que encontra-se em depressão e com ideias de morte busca a eliminação da dor. Acreditar que o objetivo final é a morte, é cometer julgamento enganoso.

Eventos como caminhadas, palestras, edifícios iluminados, distribuição de folhetos e atendimentos em locais públicos ajudam a enfrentar o preconceito que muitos têm sobre o drama vivido por milhões de pessoas no mundo?

Sim, eventos, palestras, caminhadas e etc são medidas que contribuem para modificar o conceito e o tabu envolvendo o tema, deve- se reforçar os vínculos saudáveis da pessoa. Fortalecer os vínculos sociais do indivíduo (grupos, comunidades e instituições), também. Reitero que, atentar para “frases de alerta” é fundamental, visto que trazem à tona os pensamentos suicidas, indicando pedidos de ajuda que não podem e nem devem ser ignorados. Toda frase de alerta é acrescida pelos “4 D”: Depressão, Desesperança, Desamparo e Desespero. O principal é procurar resgatar a esperança de que as coisas podem melhorar. Sem sombra de dúvidas, a escuta sem preconceitos de valores é o maior passo para o apoio.

Psicóloga Katia Coimbra. Foto: Arquivo Pessoal
Psicóloga Katia Coimbra. Foto: Arquivo Pessoal

Estatística recente diz que ocorrem 32 suicídios diariamente no país, média de 1 morte a cada 45 minutos. Do ponto de vista médico, o que se deve fazer para amenizar a dor de quem não quer mais viver?

Oferecer apoio emocional. Falar sobre as circunstâncias pessoais e sociais. Trabalhar os sentimentos suicidas, perdas, isolamento, desvalorização, baixa auto estima. Enfatizar “aspectos positivos” conduzindo a uma postura reflexiva entre viver e morrer até que o desejo de viver prevaleça. Efetuar encaminhamento a médico especialista, o psiquiatra.

O movimento Setembro Amarelo, mês mundial de prevenção do suicídio, foi iniciado em 2015. A senhora tem alguma informação dos avanços no esforço da prevenção?

Segundo o Ministério da Saúde, o índice de suicídios cresceu entre 2011 e 2015 no Brasil. A meta é reduzir em 10% a mortalidade por suicídio até 2020, sendo a redução da taxa de mortalidade parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030. O Brasil está entre os países que assinou o Plano de Ação em Saúde Mental 2015- 2020 lançado pela OPAS (Organização Pan Americana da Saúde) com objetivo de acompanhar o número anual de mortes e o desenvolvimento de programas de prevenção.

 

 

 

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