A noite em Nova York, e madrugada deste domingo no Brasil(12), não poderia ser mais feliz para quem é aficcionado em MMA e queria ver nossos lutares brilhando no octagon de forma incontestável. Comecemos de trás para frente. E com ninguém menos que o lutador brasileiro que elevou o nome do esporte mais alto: o legendário Anderson Silva.

Spider não vencia uma luta desde 2012. Sem o cinturão do Ultimate, aos 41 anos de idade, ele provou que, “sim, é possível”. Para quem olhava apenas para  o porte físico de Derek Brunson, já dizia: “o Aranha vai perder”. Não foi assim.

A vitória por decisão unânime (29-28, 29-28 e 30-27) na co-luta principal do UFC 208, no Brooklyn, em Nova York, foi a prova que o brasileiro deixou seus maus resultados de  quatro anos e quatro meses para trás e que está vivo na competição.

Falemos de outro lutador brasileiro, consciente, determinado, sério e focado: Glover Teixeira. O nocaute de 13 segundos para Anthony Johnson hoje é um mero rodapé de página na sua biografia. Por decisão unânime (triplo 30-26), o brasileiro retomou o caminho das vitórias, diante de Jared Cannonier, na noite deste sábado, em Nova York, no UFC 208. Número 3 da divisão dos meio-pesados, Glover agora tem quatro vitórias em suas últimas cinco lutas, e tenta se aproximar de uma oportunidade de disputar o cinturão, o que fez em 2014, quando perdeu para o então campeão Jon Jones.

De todos os brasileiros que lutaram no UFC 208 o mais preparado, disparado, tem nome e sobrenome: Ronaldo Jacaré. Ele está numa fase incrível. Ronaldo Jacaré atropelou Tim Boestch. Derrubou, passou a guarda, montou, depois partiu para uma torção de braço conhecida como kimura. Ou seja, brincou de jiu-jitsu, uma modalidade em que ele é reconhecido como um dos maiores de todos os tempos.

Jacaré já seria campeão se tivesse tido uma chance. A direção do UFC, personificado por Dana White, não poderia ser mais injusta com Jacaré. É talvez o lutador mais enrolado pelo UFC na história desse evento. Há dois anos, pelo menos, está credenciado a lutar pelo título. Mas o UFC sempre empurra para frente a chance dele.

O tratamento desrespeitoso com Jacaré, por parte do UFC, justifique a mágoa do brasileiro, e com total razão:

– Eu fiz o melhor e quero ser o próximo a lutar pelo titulo. Vai ser pior, quanto mais tempo me deixarem esperando melhor eu vou ficar, e ninguém vai frustrar meu sonho de ser campeão. O Luke (Rockhold) está correndo, o Michael Bisping (atual campeão) é um desastre para categoria porque não quer lutar com ninguém.

Falemos agora de Wilson Reis. Após sua vitória ele fez um comentário interessante:
– Esta foi uma boa luta, então eu espero que todos tenham se divertido. Estou muito feliz em sair com a vitória, mas preferia ter finalizado no primeiro round. Sasaki tem um estilo interessante e estava alternando a base, então demorei um pouco para decifrá-lo. Estou um pouco decepcionado que não o finalizei, mas feliz com a vitória. Agora estou de volta à busca pelo Demetrious Johnson. Estou ranqueado em quinto no mundo, e sinto que sou o único desafiante que faz sentido. Se eu não receber essa luta, então quero Joe Benavidez numa eliminatória pelo título – declarou o brasileiro.

Veja os demais resultados:

CARD PRINCIPAL
Germaine De Randamie venceu Holly Holm por decisão unânime (triplo 48-47)
Anderson Silva venceu Derek Brunson por decisão unânime (29-28, 29-28 e 30-27)
Ronaldo Jacaré venceu Tim Boestch por finalização aos 3m41s do R1
Glover Teixeira venceu Jared Cannonier por decisão unânime (triplo 30-26)
Dustin Poirier venceu Jim Miller por decisão majoritária (28-28, 30-27 e 29-28)
CARD PRELIMINAR
Belal Muhammad venceu Randy Brown por decisão unânime (30-27, 30-27 e 29-28)
Wilson Reis venceu Yuta Sasaki por decisão (triplo 29-28)
Islam Makhachev venceu Nik Lentz por decisão unânime (30-25, 30-25 e 30-27)
Rick Glenn venceu Phillipe Nover por decisão dividida (27-30, 29-28 e 29-28)
Ryan LaFlare venceu Roan Jucão por decisão unânime (30-26, 30-27 e 29-28)