Em recente estudo realizado pela ABF foi revelado o perfil das 50 maiores marcas de franquia no Brasil por unidades, neste, o setor de moda representa 14% estando em 3º lugar no ranking.
Visto que hoje o setor de moda tem um grande peso no setor de franquias, podemos imaginar que as mudanças que vêm ocorrendo no setor de varejo de moda relativos à comportamento do consumidor, e-commerce, experiência de compra, redução das lojas físicas, podem afetar o tamanho deste mercado?
Para diminuir esse risco, os franqueadores devem alterar a estratégia de abertura de novas franquias e também a forma de gerenciar as já existentes. O franqueador deve mudar o foco saindo de um simples plano de expansão de pontos de venda, para uma expansão da base de clientes encantados com a marca. A era da franquia apenas como mais um ponto de venda está ultrapassada. Nos próximos anos haverá uma dificuladade cada vez maior em construir e manter uma cadeia de franqueados de moda saudáveis financeiramente, se a franquia além de vender não for uma ilha de experiência.
Esta nova estratégia devera conter as seguintes mudanças:
Muitas lojas para poucas lojas – Crescer aceleradamente o número de lojas , não deverá ser prioritário. O varejo de moda vem observando em todo mundo uma redução no número de lojas físicas. A idéia é estar presente em pontos estratégicos, para que o cliente tenha a possibilidade de ter um contato com a “marca”, “sentir o produto”, ter na experiência de compra um diferencial que fará com que o consumidor seja fiel ao seu produto.
Aumento de metragem por loja (de pequenas lojas para lojas médias)– Planos de expansão baseados em pequenas lojas, perderão força. A idéia é de franquear lojas com metragem um pouco maior (média) para que existam mais peças expostas e também possa ser criado um ambiente de engajamento com a marca. Exposição dos produtos, e visual merchandising bem criativo são essenciais.
Investimento em pontos comerciais para investimento em ferramente de customer experience – Como a idéia é ter um número menor de lojas, reduzindo a necessidade de investimento de um multi-franqueado por exemplo, o franqueador deverá dar prioridade a investimentos em ferramentas de inteligencia que possibilitem ao franqueado oferecer um experiência de compra única ao seu cliente. No caso de franqueados com uma única loja, o franqueador deverá rever a capacidade de investimento deste para esta nova realidade.
E-commerce como inibidor de vendas para ferramenta alavancadora de negócios – Franqueadores deverão criar estratégias de remunerar seus fanqueados por vendas feitas em sua localização, desta forma os franqueados terão interesse em focar nas vendas por e-commerce. Venda on-line e entrega na loja, ou compra de loja e entregas on line, oferecer maior sortimento ao consumidor da área de atuação da franquia (muitas vezes a franquia não tem “profundidade” nas suas grades), e com as vendas on-line o consumidor poderá “sentir”e “tocar” as roupas nas lojas antes de comprar. Até a consultoria de um personal stylist virtual faz sentido para ajudar esses consumidores online que, apesar de desejarem um guarda-roupa de acordo com o seu estilo, querem um direcionamento mais concreto.
O franqueador deverá ainda ter em mente que para o seu plano de expansão obter sucesso no mercado atual ele precisará:
Ter um maior cuidado na escolha do franqueado – A escolha do franqueado é de vital importancia. O franqueador não deverá apenas querer um parceiro que abrirá mais um ponto de venda. Ele deve querer um franqueado que terá um negócio de seus sonhos.
Escolher um embaixador da marca Impreterívelmente – Para implementar uma estratégia onde a franquia de moda seja uma ilha de experiência , é mandatório que o franqueado seja o embaixador da marca, para que ele possa motivar e treinar sua equipe de vendas e assim oferecer ao cliente um atendimento diferenciado, com transparencia e baseado em valores.
O franqueador deverá prestar serviço de inteligencia ao franqueado – Treinamento do franquedo com foco em mídias digitais. Assim ele poderá divulgar sua loja/marca de forma mais assertiva e também utilizar os dados das preferencias do consumidor em suas vendas. O franqueador também deverá ter um setor de inteligencia que forneça dados para que o franqueado planeje melhor seu sortimento.
Otimizar o gerenciamento de estoque e compras, ampliar o sortimento – Muitas vezes um franqueado de moda não compra toda a coleção, ou ainda reluta em ter determinada grade (um pouco mais profunda) por receio de que fique com sobras de estoque. Porém se implementada esta nova estratégia, dando foco no e-commerce, o franqueado poderá ter mais variedades comprando toda a coleção, para que seu consumidor tenha a oportunidade de experimentar mais produtos e também continuar a ter uma grade “rasa” sem perder vendas, pois a venda poderá ser feita pelo estoque do franqueador.
“As experiências de compra oferecidas pelos lojistas à seus clientes estão cada vez mais sofisticadas e únicas”