ARTIGO: Estão terceirizando as crianças

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Para todo lado que se olha da classe média para cima se vê casais com problemas de infertilidade fazendo e gastando de tudo para ter um filho por meios, digamos, naturais. Mas, ao mesmo tempo, nessas mesmas classes, tão logo a criança chega, os pais – ouso dizer que a maioria – já vão logo buscando um meio de se livrar dela.

POR Redação SRzd25/05/2006|3 min de leitura

ARTIGO: Estão terceirizando as crianças
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Para todo lado que se olha da classe média para cima se vê casais com problemas de infertilidade fazendo e gastando de tudo para ter um filho por meios, digamos, naturais. Mas, ao mesmo tempo, nessas mesmas classes, tão logo a criança chega, os pais – ouso dizer que a maioria – já vão logo buscando um meio de se livrar dela. É claro que queremos ter filhos, saber que teremos uma descendência, quem sabe alguém para cuidar de nós na velhice, acompanhar seu crescimento e fazer bilu-bilu, mas desde que isso não implique em mudar muito a nossa rotina. Noites sem dormir? Babá nelas. Afinal, como eu vou conseguir trabalhar no dia seguinte (a babá, claro, deve conseguir). Fins de semana ralando atrás das crianças em vez de descansar do trabalho? Folguista.

Mas vá lá. A babá pode ser uma mão na roda em tempos de avós ausentes (pelos mais variados motivos). A questão principal é que agora as crianças estão indo para a creche cada vez mais cedo. Não adianta médicos e outros especialistas dizerem que antes dos três anos a criança tem pouca resistência e, indo para a creche, deve pegar uma doença atrás da outra. Nem mesmo a constatação empírica de que nesta idade eles não fazem amiguinhos, e, sim, inimiguinhos (e portanto é vão o argumento de que a criança precisa de companhia de outras da mesma idade para se ‘socializarâ?) demove os pais da idéia de que é necessário despachar os filhos para a creche.

Não é mesmo fácil tomar conta de criança pequena, principalmente quando começa a andar e entra na fase de ter toda a coordenação motora e nenhum juízo. Mas isso não pode justificar que pais que ESCOLHERAM ter um filho impeçam que a criança fique na própria casa, enviando aquele que deveriam proteger para um ambiente propício a doenças diariamente e, em não poucos casos, às vezes 12 horas por dia. Mas, é claro, estas mães de classe média para cima trabalham. E não podem parar ou diminuir o ritmo nos primeiros anos dos filhos porque isso faria cair o padrão de vida da família: de outra forma, como pagariam a creche e a folguista, não é mesmo? Sem falar nos videogames e outras demandas do futuro das crianças, essenciais para o seu crescimento sem traumas. Mas vida moderna é isso. Depois não venham reclamar quando os filhos puserem seus pais, já idosos, no asilo.

Para todo lado que se olha da classe média para cima se vê casais com problemas de infertilidade fazendo e gastando de tudo para ter um filho por meios, digamos, naturais. Mas, ao mesmo tempo, nessas mesmas classes, tão logo a criança chega, os pais – ouso dizer que a maioria – já vão logo buscando um meio de se livrar dela. É claro que queremos ter filhos, saber que teremos uma descendência, quem sabe alguém para cuidar de nós na velhice, acompanhar seu crescimento e fazer bilu-bilu, mas desde que isso não implique em mudar muito a nossa rotina. Noites sem dormir? Babá nelas. Afinal, como eu vou conseguir trabalhar no dia seguinte (a babá, claro, deve conseguir). Fins de semana ralando atrás das crianças em vez de descansar do trabalho? Folguista.

Mas vá lá. A babá pode ser uma mão na roda em tempos de avós ausentes (pelos mais variados motivos). A questão principal é que agora as crianças estão indo para a creche cada vez mais cedo. Não adianta médicos e outros especialistas dizerem que antes dos três anos a criança tem pouca resistência e, indo para a creche, deve pegar uma doença atrás da outra. Nem mesmo a constatação empírica de que nesta idade eles não fazem amiguinhos, e, sim, inimiguinhos (e portanto é vão o argumento de que a criança precisa de companhia de outras da mesma idade para se ‘socializarâ?) demove os pais da idéia de que é necessário despachar os filhos para a creche.

Não é mesmo fácil tomar conta de criança pequena, principalmente quando começa a andar e entra na fase de ter toda a coordenação motora e nenhum juízo. Mas isso não pode justificar que pais que ESCOLHERAM ter um filho impeçam que a criança fique na própria casa, enviando aquele que deveriam proteger para um ambiente propício a doenças diariamente e, em não poucos casos, às vezes 12 horas por dia. Mas, é claro, estas mães de classe média para cima trabalham. E não podem parar ou diminuir o ritmo nos primeiros anos dos filhos porque isso faria cair o padrão de vida da família: de outra forma, como pagariam a creche e a folguista, não é mesmo? Sem falar nos videogames e outras demandas do futuro das crianças, essenciais para o seu crescimento sem traumas. Mas vida moderna é isso. Depois não venham reclamar quando os filhos puserem seus pais, já idosos, no asilo.

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