EDITORIAL: A FOTO, A ÉTICA E A ESTÉTICA

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Em resumo, jornalista bom é o que não tira fotos, não dá entrevistas e não faz anúncios. Aí ele é sério!!

POR Redação SRzd06/06/2006|3 min de leitura

EDITORIAL: A FOTO, A ÉTICA E A ESTÉTICA
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Editoriais existem para estabelecer claramente a posição do veículo diante de fatos relevantes.

Hoje vamos inverter esse princípio. Menos do que expressar a nossa opinião, gostaríamos de saber a sua.

A consulta é sobre o uso da fotografia como instrumento de comunicação.

A estética do site ganhou importância quando recebemos a ‘carta despedidaâ? de Sidney Garambone: ‘(…)A tua foto chama mais atenção que o conteúdoâ?.

Dias depois a historiadora Ana Paula Tapajós seguiu o mesmo caminho: ‘Acho que falta mais você no site – não em fotos, claro, essas acho até um certo exagero de vaidade. Desnecessárias. Acho que falta sua opinião, seus comentários, sua cara; quem visita seu site não quer apenas o fato, esse pode estar em qualquer outra mídia, o que ele quer é saber o que Sidney Rezende pensa a respeito dele.â?

Sem saber que outras pessoas viam “exagero”, o internauta Sydney Barcellos deixa uma mensagem: ‘Grande quantidade de fotos suas. Você já é conhecido o suficiente para não passar despercebido na rua. O banner com a sua foto é muito grande, quase um terço da página home, o que quase ofusca as logomarcas dos patrocinadores e o conteúdo. Crie uma página só com as suas fotos. Quem quiser ver, acessaráâ?.

Nós nos convencemos. Pelo visto a quantidade de fotos está mexendo com a estética tida como aceitável. Sorrindo, um aluno me abordou na sala de aula e disparou:

– E aí, professor, quanto pagou por aquele book?

Até o diretor-geral do Sistema Globo de Rádio, Rubens Campos, entrou no estúdio onde trabalho e, quase do nada, mandou na lata:

– Nas fotos, você fica melhor de terno que sem ele.

A campeã de sinceridade foi a internauta Maria Cecília de Medina: ‘Sua voz é muito mais expressiva que sua imagem, não achei que as fotos da Biografia refletem o profissional que você é. Prefiro ouvi-lo.â?

Antes de prosseguirmos, vamos deixar claro que o autor das fotos, o brilhante Leonardo Vilela, não tem nada a ver com a edição que fizemos, e sequer cobrou um centavo pela produção do trabalho. O que ocorre é que existe o fato cristalizado, a convicção inabalável, de que jornalista competente não pode aparecer. Isto é mais apropriado para modelos, atores, artistas em geral. Senão vira vedete, exibicionista. Vira estrela.

O aplaudido Elio Gaspari, referência na profissão, que quase não tem fotos públicas e faz da discrição conduta irretocável, vai além: ‘Por conta de uma velha maluquice, não dou entrevistasâ?.

Em resumo, jornalista bom é o que não tira fotos, não dá entrevistas e não faz anúncios. Aí ele é sério!!

Como respeitamos os nossos leitores, breve apresentaremos a primeira reforma gráfica do site SRZD. E as críticas acima já estão servindo de base para a revisão que vem aí.

E você, o que pensa a respeito?

Editoriais existem para estabelecer claramente a posição do veículo diante de fatos relevantes.

Hoje vamos inverter esse princípio. Menos do que expressar a nossa opinião, gostaríamos de saber a sua.

A consulta é sobre o uso da fotografia como instrumento de comunicação.

A estética do site ganhou importância quando recebemos a ‘carta despedidaâ? de Sidney Garambone: ‘(…)A tua foto chama mais atenção que o conteúdoâ?.

Dias depois a historiadora Ana Paula Tapajós seguiu o mesmo caminho: ‘Acho que falta mais você no site – não em fotos, claro, essas acho até um certo exagero de vaidade. Desnecessárias. Acho que falta sua opinião, seus comentários, sua cara; quem visita seu site não quer apenas o fato, esse pode estar em qualquer outra mídia, o que ele quer é saber o que Sidney Rezende pensa a respeito dele.â?

Sem saber que outras pessoas viam “exagero”, o internauta Sydney Barcellos deixa uma mensagem: ‘Grande quantidade de fotos suas. Você já é conhecido o suficiente para não passar despercebido na rua. O banner com a sua foto é muito grande, quase um terço da página home, o que quase ofusca as logomarcas dos patrocinadores e o conteúdo. Crie uma página só com as suas fotos. Quem quiser ver, acessaráâ?.

Nós nos convencemos. Pelo visto a quantidade de fotos está mexendo com a estética tida como aceitável. Sorrindo, um aluno me abordou na sala de aula e disparou:

– E aí, professor, quanto pagou por aquele book?

Até o diretor-geral do Sistema Globo de Rádio, Rubens Campos, entrou no estúdio onde trabalho e, quase do nada, mandou na lata:

– Nas fotos, você fica melhor de terno que sem ele.

A campeã de sinceridade foi a internauta Maria Cecília de Medina: ‘Sua voz é muito mais expressiva que sua imagem, não achei que as fotos da Biografia refletem o profissional que você é. Prefiro ouvi-lo.â?

Antes de prosseguirmos, vamos deixar claro que o autor das fotos, o brilhante Leonardo Vilela, não tem nada a ver com a edição que fizemos, e sequer cobrou um centavo pela produção do trabalho. O que ocorre é que existe o fato cristalizado, a convicção inabalável, de que jornalista competente não pode aparecer. Isto é mais apropriado para modelos, atores, artistas em geral. Senão vira vedete, exibicionista. Vira estrela.

O aplaudido Elio Gaspari, referência na profissão, que quase não tem fotos públicas e faz da discrição conduta irretocável, vai além: ‘Por conta de uma velha maluquice, não dou entrevistasâ?.

Em resumo, jornalista bom é o que não tira fotos, não dá entrevistas e não faz anúncios. Aí ele é sério!!

Como respeitamos os nossos leitores, breve apresentaremos a primeira reforma gráfica do site SRZD. E as críticas acima já estão servindo de base para a revisão que vem aí.

E você, o que pensa a respeito?

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