ELEIÇÕES 2006: Cabral é sabatinado pela Folha

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Acessibilidade e fim da violência.

POR Redação SRzd22/08/2006|3 min de leitura

ELEIÇÕES 2006: Cabral é sabatinado pela Folha
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Primeira coisa que eu pensei quando estava indo para o Teatro das Artes, no Shopping da Gávea: Caramba, a vida é tão curta, e vou perder duas horas com o Sérgio Cabral. Quem merece? Assim que chegou, e antes de ir direto para o camarim, foi entrevistado rapidamente por um repórter de tevê. ‘Vamos combater a violência, usando um sistema que possa agir 24 horas por diaâ?. A-ham. Danuza Leão apareceu de jeans, salto anabela e casaquinho riscado azul e branco. Era uma das jornalistas convidadas para a sabatina da Folha de S. Paulo, junto com o jornalista Plínio Fraga e a colunista política Eliane Cantanhêde, ambos da Folha.

De cara perguntam o que ele acha de estar ligado ao Governo Garotinho. Ele enrola. Danuza quer saber sua opinião sobre esses ‘oito anos de descalabroâ?, e se o candidato continua com eles “por ideologia ou o quê”. Sérgio Cabral desconversa e diz que o atual governo do Rio mistura avanços e problemas graves. Não me pergunte que avanços. Logo depois tornam a fazer a mesma pergunta. Ele diz que existem pontos positivos e negativos. Os positivos não conheço.

Mais adiante, Danuza lê um recorte de jornal: “Em 96 o senhor afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que iria tirar os moradores das favelas de áreas de risco, nem que fosse ‘na marra’. Como seria? Nos moldes de Sandra Cavalcanti, que levou todos para a Cidade de Deus?” Foi mais ou menos isto que ela perguntou, mas as aspas são minhas. Ele nega, ela mostra a matéria, ele torna a negar, e diz que defende a política de acessibilidade, construindo ruas, avenidas e artérias nas favelas. ‘Não estou dizendo que a matéria é falsa, mas eu nunca falei issoâ?. Ahn?

A “política da acessibilidade” e o fim da violência – integrando a polícia federal, a polícia militar e as Forças Armadas – são os motes a que o candidato mais se apega. Acessibilidade, a palavra que mais usa. Eliane Cantanhêde, que trabalha em Brasília, comenta que está sempre no plenário e nunca encontrou o senador por lá. ‘O senhor não gosta de ser parlamentar?â?. Plínio Fraga complementa dizendo que ele faltou a 52% das votações importantes. Ele diz que não é bem assim.

Proponho que todos votem em Sérgio Cabral para governador. Pensem bem: ele não vai gastar anúncio com publicidade – em vez disso fará campanhas institucionais, estimulando o povo a doar sangue, não jogar lixo na rua, etc. A educação escolar será em tempo integral. Os restaurantes, populares (“Com boa comida”). Os policiais corruptos serão exemplarmente punidos. Os postos de saúde estarão abertos 24 horas. Promete combater todo tipo de ilegalidade e implantar a lei de tolerância zero, como Rudolph Giuliani fez em Nova York. Pretende pagar aos professores ‘salários de verdadeâ?; e combater a violência 24 horas. O que o eleitor pode querer mais?

Ah, sim. Nos últimos minutinhos da sabatina, a mediadora leu uma das perguntas da platéia: “O que você acha do Governo Garotinho?”. Ele ri. A mediadora facilita: “Ruim, bom, muito bom, ou ótimo?” O candidato: “Eu diria que existem coisas boas e coisas ruins”. Risadas gerais, porque também ninguém é de ferro.

Marina W. é jornalista
www.blowg.pixelzine.com

Primeira coisa que eu pensei quando estava indo para o Teatro das Artes, no Shopping da Gávea: Caramba, a vida é tão curta, e vou perder duas horas com o Sérgio Cabral. Quem merece? Assim que chegou, e antes de ir direto para o camarim, foi entrevistado rapidamente por um repórter de tevê. ‘Vamos combater a violência, usando um sistema que possa agir 24 horas por diaâ?. A-ham. Danuza Leão apareceu de jeans, salto anabela e casaquinho riscado azul e branco. Era uma das jornalistas convidadas para a sabatina da Folha de S. Paulo, junto com o jornalista Plínio Fraga e a colunista política Eliane Cantanhêde, ambos da Folha.

De cara perguntam o que ele acha de estar ligado ao Governo Garotinho. Ele enrola. Danuza quer saber sua opinião sobre esses ‘oito anos de descalabroâ?, e se o candidato continua com eles “por ideologia ou o quê”. Sérgio Cabral desconversa e diz que o atual governo do Rio mistura avanços e problemas graves. Não me pergunte que avanços. Logo depois tornam a fazer a mesma pergunta. Ele diz que existem pontos positivos e negativos. Os positivos não conheço.

Mais adiante, Danuza lê um recorte de jornal: “Em 96 o senhor afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que iria tirar os moradores das favelas de áreas de risco, nem que fosse ‘na marra’. Como seria? Nos moldes de Sandra Cavalcanti, que levou todos para a Cidade de Deus?” Foi mais ou menos isto que ela perguntou, mas as aspas são minhas. Ele nega, ela mostra a matéria, ele torna a negar, e diz que defende a política de acessibilidade, construindo ruas, avenidas e artérias nas favelas. ‘Não estou dizendo que a matéria é falsa, mas eu nunca falei issoâ?. Ahn?

A “política da acessibilidade” e o fim da violência – integrando a polícia federal, a polícia militar e as Forças Armadas – são os motes a que o candidato mais se apega. Acessibilidade, a palavra que mais usa. Eliane Cantanhêde, que trabalha em Brasília, comenta que está sempre no plenário e nunca encontrou o senador por lá. ‘O senhor não gosta de ser parlamentar?â?. Plínio Fraga complementa dizendo que ele faltou a 52% das votações importantes. Ele diz que não é bem assim.

Proponho que todos votem em Sérgio Cabral para governador. Pensem bem: ele não vai gastar anúncio com publicidade – em vez disso fará campanhas institucionais, estimulando o povo a doar sangue, não jogar lixo na rua, etc. A educação escolar será em tempo integral. Os restaurantes, populares (“Com boa comida”). Os policiais corruptos serão exemplarmente punidos. Os postos de saúde estarão abertos 24 horas. Promete combater todo tipo de ilegalidade e implantar a lei de tolerância zero, como Rudolph Giuliani fez em Nova York. Pretende pagar aos professores ‘salários de verdadeâ?; e combater a violência 24 horas. O que o eleitor pode querer mais?

Ah, sim. Nos últimos minutinhos da sabatina, a mediadora leu uma das perguntas da platéia: “O que você acha do Governo Garotinho?”. Ele ri. A mediadora facilita: “Ruim, bom, muito bom, ou ótimo?” O candidato: “Eu diria que existem coisas boas e coisas ruins”. Risadas gerais, porque também ninguém é de ferro.

Marina W. é jornalista
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