Seja o que Deus quiser.
POR Redação SRzd23/08/2006|3 min de leitura
Seja o que Deus quiser.
POR Redação SRzd23/08/2006|3 min de leitura
Creio que não são poucas as chances de Marcelo Crivella ganhar as eleições. Provavelmente por ter sido bispo, possui toda uma técnica, e um ótimo poder de comunicação. Acabou fazendo barba, cabelo e bigode nos jornalistas da Folha. Sem titubear, apresentou respostas para todas as acusações como, por exemplo, um empréstimo que teria beneficiado a Rede Record.
Os discursos da direita e da esquerda se confundem. Na verdade, nem sei se ainda existem esses conceitos. Os candidatos discorrem sobre as mesmas coisas, e o que de fato interessa ao eleitor: segurança, emprego, educação e saúde. Apresentam soluções para todos os problemas que irão enfrentar no Rio de Janeiro. Os planos de Crivella para segurança são os mesmos de Sérgio Cabral: cercar as fronteiras, a fim de impedir a entrada de armas e cocaína. O que seria do político se não existissem as promessas?
Porém, Crivella tem trunfos na manga: passou dez anos como missionário na África (fez questão de frisar várias vezes), e dois anos no Nordeste, onde implantou kibutzim para uma centena de famílias. Também disse ter doado dez milhões da venda de seus cds para custear suas obras sociais. No primeiro trimeste, explicou, vendeu mais discos do que Roberto Carlos.
Não é a favor da idéia de misturar religião e política, mas quando o assunto é Lula e o mensalão, disse acreditar que o presidente não sabia de nada. “Pode se culpar Cristo pela traição de Judas?”. Alguém na platéia reagiu com um “Poupe-me!”. Mas eram pouquíssimos os curiosos, e muitos os aliados.
Obviamente o candidato é conservador em relação à união civil de homossexuais, e à prática do aborto. Plínio Fraga, coordenador da sucursal da Folha, questionou seu patrimônio, de 85 mil reais. “O senhor anda a pé?”. Ele disse que usava o carro da mãe, o que achei esquisito.
Os jornalistas foram algumas vezes ridicularizados, principalmente pela platéia, que toda hora se manifestava, às vezes como se estivesse em um comício. Danuza Leão perguntou se ele teria chegado a bispo por ser sobrinho de Edir Macedo. “Na época meu tio era espírita!”, zombou, para deleite dos evangélicos. A partir daí, os jornalistas perderam um pouco a rédea do debate, o que só favoreceu Crivella. Claro.
Apesar de alguns escorregões, o candidato saiu praticamente ileso. E com um ar vitorioso.
Marina W. é jornalista
www.blowg.pixelzine.com
Creio que não são poucas as chances de Marcelo Crivella ganhar as eleições. Provavelmente por ter sido bispo, possui toda uma técnica, e um ótimo poder de comunicação. Acabou fazendo barba, cabelo e bigode nos jornalistas da Folha. Sem titubear, apresentou respostas para todas as acusações como, por exemplo, um empréstimo que teria beneficiado a Rede Record.
Os discursos da direita e da esquerda se confundem. Na verdade, nem sei se ainda existem esses conceitos. Os candidatos discorrem sobre as mesmas coisas, e o que de fato interessa ao eleitor: segurança, emprego, educação e saúde. Apresentam soluções para todos os problemas que irão enfrentar no Rio de Janeiro. Os planos de Crivella para segurança são os mesmos de Sérgio Cabral: cercar as fronteiras, a fim de impedir a entrada de armas e cocaína. O que seria do político se não existissem as promessas?
Porém, Crivella tem trunfos na manga: passou dez anos como missionário na África (fez questão de frisar várias vezes), e dois anos no Nordeste, onde implantou kibutzim para uma centena de famílias. Também disse ter doado dez milhões da venda de seus cds para custear suas obras sociais. No primeiro trimeste, explicou, vendeu mais discos do que Roberto Carlos.
Não é a favor da idéia de misturar religião e política, mas quando o assunto é Lula e o mensalão, disse acreditar que o presidente não sabia de nada. “Pode se culpar Cristo pela traição de Judas?”. Alguém na platéia reagiu com um “Poupe-me!”. Mas eram pouquíssimos os curiosos, e muitos os aliados.
Obviamente o candidato é conservador em relação à união civil de homossexuais, e à prática do aborto. Plínio Fraga, coordenador da sucursal da Folha, questionou seu patrimônio, de 85 mil reais. “O senhor anda a pé?”. Ele disse que usava o carro da mãe, o que achei esquisito.
Os jornalistas foram algumas vezes ridicularizados, principalmente pela platéia, que toda hora se manifestava, às vezes como se estivesse em um comício. Danuza Leão perguntou se ele teria chegado a bispo por ser sobrinho de Edir Macedo. “Na época meu tio era espírita!”, zombou, para deleite dos evangélicos. A partir daí, os jornalistas perderam um pouco a rédea do debate, o que só favoreceu Crivella. Claro.
Apesar de alguns escorregões, o candidato saiu praticamente ileso. E com um ar vitorioso.
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