ELEIÇÕES 2006: Frossard é sabatinada pela Folha

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Humor e determinação.

POR Redação SRzd24/08/2006|3 min de leitura

ELEIÇÕES 2006: Frossard é sabatinada pela Folha
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A terceira e última sabatina contou com os mesmos jornalistas da Folha, com exceção de Danuza Leão, que não pôde comparecer e mandou suas perguntas por escrito. Denise Frossard misturou humor e determinação. Possivelmente por ser juíza, também mostrou um temperamento ligeiramente autoritário.

É uma candidata feminista e não se conforma que existam tão poucas mulheres no Congresso. Entre outras coisas, pretente reduzir o número de Secretarias – que no atual governo chegou a mais de cinqüenta – para dez. Cinco comandadas por homens, e cinco por mulheres.

Perguntada sobre segurança, discorre sobre a função do Estado. O jornalista Plínio Fraga propõe que a candidata se detenha à pergunta. Ela se aborrece, dizendo que precisa seguir uma lógica de pensamento, “senão vão escrever sandices, como dizer que vou abrir avenidas nas favelas”. As pessoas vibram com a espetadela em Crivella. Pretende recuperar a polícia (“ela não existe”), e é contra o Exército nas ruas, abrindo exceção para casos gravíssimos, como um tsunami. “Não é possível que um bando de moleques drogados e armados possa ter mais poder que o Estado”, argumenta. Não explica o que pretende fazer exatamente para combater o tráfico, e estancar a criminalidade. Tem planos traçados, mas não pode adiantar, porque são sigilosos. E Frossard não quer deixar sua estratégia vazar.

Sobre os super-poderes dos traficantes, a candidata tem um pensamento interessante: “É errado dizer que existe um poder pararelo. Mais correto seria dizer poder transversal, porque eles se encontram e se apertam as mãos. E este aperto de mãos se dá com a corrupção”.

Se considera de centro esquerda, mas acredita que direita e esquerda foram “sutilizadas depois da queda do Muro de Berlim”. No mais, é a favor da união civil entre casais do mesmo sexo, e não acha que há necessidade da ampliação da lei do aborto que, como todos sabem, só é permitido em casos de violência sexual, e risco de vida para a mãe. Reflete sobre o redução da maioridade penal para 16 anos. Acha viável, já que estes jovens têm “direito a cometer crimes eleitorais”. Mas chama atenção para o perigo de se combater as conseqüências ao invés das causas. “Senão vamos chegar ao ponto de condenar o feto”, alerta.

Seu patrimônio foi avaliado em torno de 700 mil reais, “mas não tenho casa em Costa Verde” – espetadela agora em Sérgio Cabral. Mora num apartamento sem luxos, na Lagoa. “Desafio que os outros candidatos também mostrem suas casas e de suas ex-mulheres”, provoca.

Alguém pergunta se ela anda armada. Responde que sim, e mostra sua caneta. É aplaudida, a sabatina chega ao fim. Tem uma qualidade que impõe respeito: é corajosa. E se despede com acenos, repetindo seu slogan: “Quem tem juízo, vota na juíza”.

Marina W. é jornalista
www.blowg.pixelzine.com

A terceira e última sabatina contou com os mesmos jornalistas da Folha, com exceção de Danuza Leão, que não pôde comparecer e mandou suas perguntas por escrito. Denise Frossard misturou humor e determinação. Possivelmente por ser juíza, também mostrou um temperamento ligeiramente autoritário.

É uma candidata feminista e não se conforma que existam tão poucas mulheres no Congresso. Entre outras coisas, pretente reduzir o número de Secretarias – que no atual governo chegou a mais de cinqüenta – para dez. Cinco comandadas por homens, e cinco por mulheres.

Perguntada sobre segurança, discorre sobre a função do Estado. O jornalista Plínio Fraga propõe que a candidata se detenha à pergunta. Ela se aborrece, dizendo que precisa seguir uma lógica de pensamento, “senão vão escrever sandices, como dizer que vou abrir avenidas nas favelas”. As pessoas vibram com a espetadela em Crivella. Pretende recuperar a polícia (“ela não existe”), e é contra o Exército nas ruas, abrindo exceção para casos gravíssimos, como um tsunami. “Não é possível que um bando de moleques drogados e armados possa ter mais poder que o Estado”, argumenta. Não explica o que pretende fazer exatamente para combater o tráfico, e estancar a criminalidade. Tem planos traçados, mas não pode adiantar, porque são sigilosos. E Frossard não quer deixar sua estratégia vazar.

Sobre os super-poderes dos traficantes, a candidata tem um pensamento interessante: “É errado dizer que existe um poder pararelo. Mais correto seria dizer poder transversal, porque eles se encontram e se apertam as mãos. E este aperto de mãos se dá com a corrupção”.

Se considera de centro esquerda, mas acredita que direita e esquerda foram “sutilizadas depois da queda do Muro de Berlim”. No mais, é a favor da união civil entre casais do mesmo sexo, e não acha que há necessidade da ampliação da lei do aborto que, como todos sabem, só é permitido em casos de violência sexual, e risco de vida para a mãe. Reflete sobre o redução da maioridade penal para 16 anos. Acha viável, já que estes jovens têm “direito a cometer crimes eleitorais”. Mas chama atenção para o perigo de se combater as conseqüências ao invés das causas. “Senão vamos chegar ao ponto de condenar o feto”, alerta.

Seu patrimônio foi avaliado em torno de 700 mil reais, “mas não tenho casa em Costa Verde” – espetadela agora em Sérgio Cabral. Mora num apartamento sem luxos, na Lagoa. “Desafio que os outros candidatos também mostrem suas casas e de suas ex-mulheres”, provoca.

Alguém pergunta se ela anda armada. Responde que sim, e mostra sua caneta. É aplaudida, a sabatina chega ao fim. Tem uma qualidade que impõe respeito: é corajosa. E se despede com acenos, repetindo seu slogan: “Quem tem juízo, vota na juíza”.

Marina W. é jornalista
www.blowg.pixelzine.com

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