Justo campeão

O Flamengo venceu com toda a justiça a Copa do Brasil. O time foi melhor nas duas partidas contra o Vasco, foi mais eficiente na hora da decisão e a taça foi parar na Gávea. A equipe comandada pelo técnico Renato Gaúcho foi apática, se entregou na final e não merecia ganhar o título.

Afobados, os vascaínos tropeçaram nos próprios erros, na falta de talento e na inoperância de seus jogadores. Renato foi presa fácil para Ney Franco, que armou o mesmo esquema nas duas partidas e engoliu o treinador do Vasco.

Aliás, Renato Gaúcho apresentou atitudes reprováveis para um técnico que quer ser de ponta no futebol brasileiro. Primeiro empurrou o atacante Valdir Papel, após sua expulsão. Depois, chutou copinhos de água à beira do campo a cada erro do time e, por último, abandonou a área técnica e foi sentar no banco durante o segundo tempo.

Lamentável a atitude deste profissional, que deveria passar tranqüilidade para os comandados, mas preferiu demonstrar nervosismo na final.

Destaques da decisão

Renato Augusto foi uma grata surpresa na final da Copa do Brasil. Aos 18 anos, ele mostrou personalidade na decisão. O zagueiro Fernando atuou de forma séria e foi outro destaque rubro-negro.

Jônatas desfilou um futebol digno de um capitão do Flamengo, passou tranqüilidade aos companheiros, desarmou com eficiência, comandou o meio-campo e demonstrou talento ao conduzir o time para o ataque.

Pelo lado do Vasco, destaque para o jovem Andrade, que arriscou algumas jogadas, chutou de fora da área e foi a melhor opção ofensiva do time. Porém, foi pouco para quem buscava um título inédito.

Início do fim

A derrota para o Flamengo pode significar o fim da era Eurico Miranda no Vasco. Após anos se perpetuando no poder, as eleições devem marcar o início de um novo tempo em São Januário.

As conquistas mascararam os desmandos do presidente cruzmaltino durante os últimos anos, os desvios apontados pela CPI do Futebol ficaram “esquecidos” com o passar do tempo. E agora?

O torcedor vascaíno tem a chance de mudar este quadro e fazer o clube volta a ser respeitado por todos. Não há mais espaço para o estilo truculento que impera no Vasco, onde a força é adotada como política de combate aos opositores, àqueles que levantam a voz contra o atual sistema.

O clube vai levar um tempo para se reerguer, porque São Januário será uma terra devastada após a passagem do furacão chamado Eurico Miranda.