Quase metade dos delitos é acompanhada de atos de violência.
POR Redação SRzd05/08/2006|3 min de leitura
Quase metade dos delitos é acompanhada de atos de violência.
POR Redação SRzd05/08/2006|3 min de leitura
Pesquisa feita com base em prontuários de infratores internados na Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) mostra que o índice de crimes cometidos por adolescentes de 12 a 18 anos no estado de São Paulo cresceu significativamente nas últimas décadas.
O aumento da criminalidade reflete, em parte, a deficiência das políticas públicas voltadas para incrementar a educação e o trabalho dos jovens, assim como as relacionadas à área de seguranca pública. Sem incentivo e perspectivas substanciais de trabalho, eles ficam mais vulneráveis a aceitar as propostas ‘atraentesâ? dos criminosos.
O estudo mostra que, em cada grupo de 100 mil habitantes, eram cometidos 6,1 crimes, em 1950. Em 2002, o índice cresceu para 112 crimes. No mesmo período, a média de roubos subiu de 0,2 para 53,8.
A evolução do número de delitos e características sociais dos infratores, como escolaridade e trabalho, foram pesquisados pelo advogado George Wilton Toledo, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.
Crescem os atos de violência
A partir da análise de 2.432 prontuários dos adolescentes, o pesquisador constatou que aumentou significativamente a porcentagem de roubos que envolvem violência.
“A violência estava presente em 3,6% do total de delitos em 1950. Em 1995, chegou a 54% e registrava 47,8% em 2002”, diz Toledo, que estudou o tema em dissertação de mestrado na USP.
Delitos contra a saúde pública, como tráfico e consumo de drogas, não encontrados em 1950 e 1960, aumentaram de 0,6 por 100 mil habitantes em 1979, para 13,5 em 2000.
Escolaridade
O estudo mostra que houve aumento da escolaridade dos jovens infratores. “A quantidade de jovens que freqüentaram da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental subiu de 1,2% em 1950 para 67,4% em 2002â?, relata o advogado. O pesquisador ressalta também que a maior parte dos adolescentes não estudava no momento em que cometeu os crimes.
Exodo rural pode ter contribuído para aumento da criminalidade
Toledo aponta que o crescimento do número de crimes pode ser explicado pelo grande êxodo rural registrado no Brasil desde os anos 50. Segundo alguns sociólogos, o crescimento da população nas cidades não foi seguido pela ampliação da infra-estrutura social, o que contribuiria para aumentar a pobreza e a criminalidade. Em São Paulo, a população urbana, que era 1,6 vezes maior que a rural em 1960, tornou-se 14,2 vezes maior em 2000.
Outra hipótese defendida por especialistas é a de que a intensificação do tráfico de drogas a partir dos anos 70, levou ao crescimento de outros tipos de crimes.
O levantamento ressalta que o crescimento dos atos infracionais praticados em São Paulo é semelhante ao relatado na década passada em países com bons indicadores sociais, como Estados Unidos, Canadá e Europa.”
Pesquisa feita com base em prontuários de infratores internados na Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) mostra que o índice de crimes cometidos por adolescentes de 12 a 18 anos no estado de São Paulo cresceu significativamente nas últimas décadas.
O aumento da criminalidade reflete, em parte, a deficiência das políticas públicas voltadas para incrementar a educação e o trabalho dos jovens, assim como as relacionadas à área de seguranca pública. Sem incentivo e perspectivas substanciais de trabalho, eles ficam mais vulneráveis a aceitar as propostas ‘atraentesâ? dos criminosos.
O estudo mostra que, em cada grupo de 100 mil habitantes, eram cometidos 6,1 crimes, em 1950. Em 2002, o índice cresceu para 112 crimes. No mesmo período, a média de roubos subiu de 0,2 para 53,8.
A evolução do número de delitos e características sociais dos infratores, como escolaridade e trabalho, foram pesquisados pelo advogado George Wilton Toledo, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.
Crescem os atos de violência
A partir da análise de 2.432 prontuários dos adolescentes, o pesquisador constatou que aumentou significativamente a porcentagem de roubos que envolvem violência.
“A violência estava presente em 3,6% do total de delitos em 1950. Em 1995, chegou a 54% e registrava 47,8% em 2002”, diz Toledo, que estudou o tema em dissertação de mestrado na USP.
Delitos contra a saúde pública, como tráfico e consumo de drogas, não encontrados em 1950 e 1960, aumentaram de 0,6 por 100 mil habitantes em 1979, para 13,5 em 2000.
Escolaridade
O estudo mostra que houve aumento da escolaridade dos jovens infratores. “A quantidade de jovens que freqüentaram da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental subiu de 1,2% em 1950 para 67,4% em 2002â?, relata o advogado. O pesquisador ressalta também que a maior parte dos adolescentes não estudava no momento em que cometeu os crimes.
Exodo rural pode ter contribuído para aumento da criminalidade
Toledo aponta que o crescimento do número de crimes pode ser explicado pelo grande êxodo rural registrado no Brasil desde os anos 50. Segundo alguns sociólogos, o crescimento da população nas cidades não foi seguido pela ampliação da infra-estrutura social, o que contribuiria para aumentar a pobreza e a criminalidade. Em São Paulo, a população urbana, que era 1,6 vezes maior que a rural em 1960, tornou-se 14,2 vezes maior em 2000.
Outra hipótese defendida por especialistas é a de que a intensificação do tráfico de drogas a partir dos anos 70, levou ao crescimento de outros tipos de crimes.
O levantamento ressalta que o crescimento dos atos infracionais praticados em São Paulo é semelhante ao relatado na década passada em países com bons indicadores sociais, como Estados Unidos, Canadá e Europa.”
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