MEIO AMBIENTE: Primeiro Mundo sem água

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Relatório do WWF mostra que a seca já atinge os países mais ricos do planeta.

POR Redação SRzd31/08/2006|9 min de leitura

MEIO AMBIENTE: Primeiro Mundo sem água
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No fim de junho, o prefeito de Londres, Ken Livingstone, fez uma declaração polêmica: “Não dêem descarga se forem apenas urinar”. A frase foi manchete de todos jornais ingleses e entrou para o folclore político britânico, mas fazia parte de um contexto maior. Livingstone estava em meio a uma campanha pela economia de água na capital inglesa, uma das cidades que mais consomem recurso hídricos no mundo. Cada londrino gasta, em média, 165 litros de água por dia, 30% a mais do que a média das grandes cidades européias, de acordo com dados da própria administração pública britânica.

Os britânicos não estão preocupados à toa e nem sozinhos na batalha contra o desperdício. São acompanhados, não por países pobres, com poucos recursos hídricos, como se poderia imaginar, mas por outros países ricos, que, assim como eles, gastam mais do que dispõem. É o que mostra o relatório “Países ricos, água pobre”, lançado na semana passada pelo WWF. O documento afirma que, apesar de terem consumos altíssimos de água, as nações mais afortunadas no mundo não contam com fontes suficientes para atender sua demanda. Além disso, pouco vem sendo feito para mudar esse quadro. O aquecimento global, as secas, o desaparecimento de áreas úmidas, como pântanos, que agem como “esponjas”, e a má gestão de recursos são apontados como principais causas desse problema. A conseqüência é que a água começa a ser um problema político e econômico em algumas regiões do Primeiro Mundo.

“Riqueza econômica não se traduz em abundância de água”, resume Jamie Pittock, diretor do Programa Global de Água Doce do WWF Internacional, em comunicado. “A água precisa ser utilizada de forma mais eficiente mundo afora. Escassez e poluição estão se tornando cada vez mais comuns, e a responsabilidade de encontrar soluções cabe tanto a países ricos como a países pobres”. A poluição tem afetado a qualidade das fontes hídricas, tornando seu consumo ainda mais caro, dada a necessidade de limpeza. Em suma, um problema antes restrito a países pobres agora também faz parte da agenda dos mais ricos, que ainda “roubam” água das regiões mais carentes.

O estudo do WWF afirma que o consumo de água per capita nas áreas residenciais dos EUA e do Japão chega a 350 litros diários. Na Europa, a 200 litros. Para efeito de comparação, nas áreas residenciais da África subsaariana, as mais pobres do planeta, cada pessoa consome entre 10 e 20 litros a cada 24 horas. Nessa conta entra a quantidade de água necessária para a fabricação de diversos produtos ‘ a “água virtual”. Ou seja, além do que uma pessoa gasta bebendo, tomando banho, cozinhando, dando a descarga, limpando carros etc, computa-se também o consumo de roupas, bebidas industrializadas, carne, cereais e máquinas em geral. Uma camisa de algodão, por exemplo, demanda 4.100 litros de água para ser fabricada. Nessa quantidade estão incluídos os gastos com irrigação, produção e colorização. Segundo a mesma conta, 250ml de cerveja equivalem a 75 litros de água. Da mesma forma, ao ingerir um hambúrguer de 150 gramas, a pessoa está “consumindo” outros 2.400 litros de água.

“Em geral, o Primeiro Mundo tem mais recursos de água pura e os usa mais, direta ou indiretamente, ao passo que a água do mundo pobre é desproporcionalmente usada, contaminada por plantações lucrativas ou mineração e consumida como energia pelos relativamente ricos. Algumas vezes mensurada como ‘água virtual’, os fluxos de água embutida em produtos importados significam que as ‘pegadas de água’ das nações desenvolvidas podem estar longe da oferta hídrica doméstica”, diz o documento.

Europa

Na Europa, os países banhados pelo oceano Atlântico constantemente sofrem com secas causadas, entre outros motivos, por mudanças climáticas. O resultado são as recentes queimadas nas florestas da Espanha e de Portugal, além de falta d’água em grandes cidades, como a Londres de Livingstone. O WWF afirma que a capital inglesa ainda sofre com o desperdício. Seus encanamentos são muito velhos, por isso jogam fora o equivalente a 300 piscinas olímpicas por dia.

Dados mostram que, se nada for feito, Espanha, Portugal, o sul da Inglaterra e da Itália, além do norte da França, terão problemas “severos” de falta d’água por volta de 2070.

Já no Mediterrâneo, um turismo demandante de muitos recursos hídricos e o aumento das áreas agrícolas irrigadas estão exaurindo as fontes de água. A abertura de resorts (com grandes piscinas) e campos de golfe (que necessitam de irrigação permanente), por exemplo, demandam muitos recursos, que não são abundantes. No campo, os subsídios dados a agricultores têm estimulado a ocupação de áreas e a exploração de poços para irrigação ‘ um risco para os frágeis lençóis freáticos da região.

A Espanha é usada como estudo de caso para a região, pois é o mais rico dos três mais “estressados hidricamente”, atrás de Bulgária e Chipre. Historicamente, o país tem enfrentado o problema com grandes projetos de infra-estrutura. Lá está a maior proporção de barragens por habitantes do mundo desenvolvido e grandes obras de transposição de rios. Tantas obras, porém, não deram resultado a longo prazo, afirma o WWF. A ONG avalia que as construções passaram aos espanhóis, principalmente aos agricultores, a idéia de que a água é um bem infinito. Estes foram beneficiados por programas de irrigação e subsídios, em especial no sul.

A água utlizada para atingir o excesso de produção subseqüente, nas contas do WWF, seria suficiente para abastecer 16 milhões de pessoas ‘ o equivalente a 40% da população do país. Nos cálculos não estão incluídos desperdícios da produção agrícola, como tomates e morangos não colocados à venda para a manutenção de preços.

Enquanto isso, ainda não há dados disponíveis sobre o Leste Europeu, mas o nível de contaminação de seus rios é um problema conhecido há anos. Além disso, são discutidos atualmente oito projetos de construção de represas no rio Danúbio, que corta dez países. Dependendo de onde for construída, uma barragem pode alterar todo o fluxo de águas do rio, afetando regiões longe da área da represa. No sudeste da Europa, a situação não é melhor. Previsões apontam para uma diminuição de 20 a 30% na oferta de água até 2050, chegando a 40 ou 50% em 2075. A causa? Mais uma vez, as mudanças climáticas. Elas também são responsáveis pelo aumento da freqüência de inundações no continente, principalmente nas áreas centrais. Isso se deve ao maior derretimento de neve nos Alpes e à impermeabilização do solo.

EUA

Nos EUA, o problema é o consumo excessivo, além do descuido com os recursos naturais em todas as áreas do país. Muitas cidades usam mais água do que o recomendável e o disponível ‘ e, ainda por cima, de forma poluente. De 19 cidades listadas no relatório, em apenas cinco foi comprovada água de boa ou excelente qualidade. Alguns estados possuem níveis altos de contaminação por produtos químicos. Entre eles, Massachussets, Flórida e Nova Jersey. A situação é agravada pela ocupação desordenada e pelo uso de fertilizantes na agricultura, prática que contamina os solos e, por conseguinte, os lençóis freáticos e rios. A área do Golfo do México, no sul do país, por exemplo, já está sendo chamada de “Vale da Morte”, tamanha a contaminação do Rio Mississipi, o maior da região, e de outros menores.

Ao mesmo tempo, a Califórnia já destruiu mais de 90% de seus pântanos, que são fonte de água para rios locais. Ao norte, as condições dos Grande Lagos, fonte de 20% de água doce do mundo, não são melhores. Após um trabalho de dois anos com o Canadá, o governo norte-americano conseguiu tornar aceitáveis os níveis de arsênico (metal tóxico) nos lagos. Ainda assim, há fortes indícios de que cidades como Phoenix estejam consumindo água contaminada. Já na região central, o rio Grande evapora todo ano o suficiente para abastecer uma cidade de 400 mil pessoas.

Ásia

No continente, a Austrália é o que mais sofre com a falta de água. O sudoeste da ilha viu o volume de chuvas diminuir 15% desde 1970, o que levou a cidade de Perth, a quarta maior, a começar a exploração do aqüífero sobre a qual está localizada e gastar US$ 260 milhões numa usina de dessalinização. Ao redor do país ainda há problemas com salinização dos lençóis fráticos, exploração excessiva de bacias e contaminação de lençóis por mineração.

Do outro lado da moeda, mas com as mesmas dificuldades, está o Japão. O país tem alto indíce pluviométrico, mas o tamanho de sua população e o alto consumo de água não colaboram para o equilíbrio hídrico. Os japoneses, no entanto, aproveitam-se de seu poder financeiro e já fazem diversas obras para reduzir o desperdício e assim evitar a periódica falta de água.

Brasil

O Brasil, detentor das maiores reservas mundiais de água pura em estado líquido, é elogiado por ter aprovado este ano o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH). O plano está previsto na lei 9.433/97, a Lei das Águas, e tem como objetivo orientar a gestão dos recursos hídricos em todo o país. Ele atende às Metas do Milênio e à Agenda da Cúpula de Joanesburgo (Rio +10) e abre espaço para a participação de municípios e estados, além de ONGs e comunidades.

O WWF-Brasil, no entanto, chama atenção para outros problemas. De acordo com a entidade, os mananciais de abastecimento público ainda estão muito vulneráveis, assim como a mata que os cerca. Há ainda uma alta taxa de lançamento de esgoto diretamente em rios, desperdício na rede de distribuição de águas, agricultura mal-planejada e demanda crescente e não prevista pela ocupação irregular de terrenos nas grandes cidades.

‘Diante do problema global da escassez e da poluição das águas, o Brasil precisa aprender com os erros da Europa e da América do Norte. Essa preocupação, entretanto, ainda passa longe da agenda dos candidatos à Presidência da Repúblicaâ?, disse Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.

* Especial para a Revista do Terceiro Setor.

No fim de junho, o prefeito de Londres, Ken Livingstone, fez uma declaração polêmica: “Não dêem descarga se forem apenas urinar”. A frase foi manchete de todos jornais ingleses e entrou para o folclore político britânico, mas fazia parte de um contexto maior. Livingstone estava em meio a uma campanha pela economia de água na capital inglesa, uma das cidades que mais consomem recurso hídricos no mundo. Cada londrino gasta, em média, 165 litros de água por dia, 30% a mais do que a média das grandes cidades européias, de acordo com dados da própria administração pública britânica.

Os britânicos não estão preocupados à toa e nem sozinhos na batalha contra o desperdício. São acompanhados, não por países pobres, com poucos recursos hídricos, como se poderia imaginar, mas por outros países ricos, que, assim como eles, gastam mais do que dispõem. É o que mostra o relatório “Países ricos, água pobre”, lançado na semana passada pelo WWF. O documento afirma que, apesar de terem consumos altíssimos de água, as nações mais afortunadas no mundo não contam com fontes suficientes para atender sua demanda. Além disso, pouco vem sendo feito para mudar esse quadro. O aquecimento global, as secas, o desaparecimento de áreas úmidas, como pântanos, que agem como “esponjas”, e a má gestão de recursos são apontados como principais causas desse problema. A conseqüência é que a água começa a ser um problema político e econômico em algumas regiões do Primeiro Mundo.

“Riqueza econômica não se traduz em abundância de água”, resume Jamie Pittock, diretor do Programa Global de Água Doce do WWF Internacional, em comunicado. “A água precisa ser utilizada de forma mais eficiente mundo afora. Escassez e poluição estão se tornando cada vez mais comuns, e a responsabilidade de encontrar soluções cabe tanto a países ricos como a países pobres”. A poluição tem afetado a qualidade das fontes hídricas, tornando seu consumo ainda mais caro, dada a necessidade de limpeza. Em suma, um problema antes restrito a países pobres agora também faz parte da agenda dos mais ricos, que ainda “roubam” água das regiões mais carentes.

O estudo do WWF afirma que o consumo de água per capita nas áreas residenciais dos EUA e do Japão chega a 350 litros diários. Na Europa, a 200 litros. Para efeito de comparação, nas áreas residenciais da África subsaariana, as mais pobres do planeta, cada pessoa consome entre 10 e 20 litros a cada 24 horas. Nessa conta entra a quantidade de água necessária para a fabricação de diversos produtos ‘ a “água virtual”. Ou seja, além do que uma pessoa gasta bebendo, tomando banho, cozinhando, dando a descarga, limpando carros etc, computa-se também o consumo de roupas, bebidas industrializadas, carne, cereais e máquinas em geral. Uma camisa de algodão, por exemplo, demanda 4.100 litros de água para ser fabricada. Nessa quantidade estão incluídos os gastos com irrigação, produção e colorização. Segundo a mesma conta, 250ml de cerveja equivalem a 75 litros de água. Da mesma forma, ao ingerir um hambúrguer de 150 gramas, a pessoa está “consumindo” outros 2.400 litros de água.

“Em geral, o Primeiro Mundo tem mais recursos de água pura e os usa mais, direta ou indiretamente, ao passo que a água do mundo pobre é desproporcionalmente usada, contaminada por plantações lucrativas ou mineração e consumida como energia pelos relativamente ricos. Algumas vezes mensurada como ‘água virtual’, os fluxos de água embutida em produtos importados significam que as ‘pegadas de água’ das nações desenvolvidas podem estar longe da oferta hídrica doméstica”, diz o documento.

Europa

Na Europa, os países banhados pelo oceano Atlântico constantemente sofrem com secas causadas, entre outros motivos, por mudanças climáticas. O resultado são as recentes queimadas nas florestas da Espanha e de Portugal, além de falta d’água em grandes cidades, como a Londres de Livingstone. O WWF afirma que a capital inglesa ainda sofre com o desperdício. Seus encanamentos são muito velhos, por isso jogam fora o equivalente a 300 piscinas olímpicas por dia.

Dados mostram que, se nada for feito, Espanha, Portugal, o sul da Inglaterra e da Itália, além do norte da França, terão problemas “severos” de falta d’água por volta de 2070.

Já no Mediterrâneo, um turismo demandante de muitos recursos hídricos e o aumento das áreas agrícolas irrigadas estão exaurindo as fontes de água. A abertura de resorts (com grandes piscinas) e campos de golfe (que necessitam de irrigação permanente), por exemplo, demandam muitos recursos, que não são abundantes. No campo, os subsídios dados a agricultores têm estimulado a ocupação de áreas e a exploração de poços para irrigação ‘ um risco para os frágeis lençóis freáticos da região.

A Espanha é usada como estudo de caso para a região, pois é o mais rico dos três mais “estressados hidricamente”, atrás de Bulgária e Chipre. Historicamente, o país tem enfrentado o problema com grandes projetos de infra-estrutura. Lá está a maior proporção de barragens por habitantes do mundo desenvolvido e grandes obras de transposição de rios. Tantas obras, porém, não deram resultado a longo prazo, afirma o WWF. A ONG avalia que as construções passaram aos espanhóis, principalmente aos agricultores, a idéia de que a água é um bem infinito. Estes foram beneficiados por programas de irrigação e subsídios, em especial no sul.

A água utlizada para atingir o excesso de produção subseqüente, nas contas do WWF, seria suficiente para abastecer 16 milhões de pessoas ‘ o equivalente a 40% da população do país. Nos cálculos não estão incluídos desperdícios da produção agrícola, como tomates e morangos não colocados à venda para a manutenção de preços.

Enquanto isso, ainda não há dados disponíveis sobre o Leste Europeu, mas o nível de contaminação de seus rios é um problema conhecido há anos. Além disso, são discutidos atualmente oito projetos de construção de represas no rio Danúbio, que corta dez países. Dependendo de onde for construída, uma barragem pode alterar todo o fluxo de águas do rio, afetando regiões longe da área da represa. No sudeste da Europa, a situação não é melhor. Previsões apontam para uma diminuição de 20 a 30% na oferta de água até 2050, chegando a 40 ou 50% em 2075. A causa? Mais uma vez, as mudanças climáticas. Elas também são responsáveis pelo aumento da freqüência de inundações no continente, principalmente nas áreas centrais. Isso se deve ao maior derretimento de neve nos Alpes e à impermeabilização do solo.

EUA

Nos EUA, o problema é o consumo excessivo, além do descuido com os recursos naturais em todas as áreas do país. Muitas cidades usam mais água do que o recomendável e o disponível ‘ e, ainda por cima, de forma poluente. De 19 cidades listadas no relatório, em apenas cinco foi comprovada água de boa ou excelente qualidade. Alguns estados possuem níveis altos de contaminação por produtos químicos. Entre eles, Massachussets, Flórida e Nova Jersey. A situação é agravada pela ocupação desordenada e pelo uso de fertilizantes na agricultura, prática que contamina os solos e, por conseguinte, os lençóis freáticos e rios. A área do Golfo do México, no sul do país, por exemplo, já está sendo chamada de “Vale da Morte”, tamanha a contaminação do Rio Mississipi, o maior da região, e de outros menores.

Ao mesmo tempo, a Califórnia já destruiu mais de 90% de seus pântanos, que são fonte de água para rios locais. Ao norte, as condições dos Grande Lagos, fonte de 20% de água doce do mundo, não são melhores. Após um trabalho de dois anos com o Canadá, o governo norte-americano conseguiu tornar aceitáveis os níveis de arsênico (metal tóxico) nos lagos. Ainda assim, há fortes indícios de que cidades como Phoenix estejam consumindo água contaminada. Já na região central, o rio Grande evapora todo ano o suficiente para abastecer uma cidade de 400 mil pessoas.

Ásia

No continente, a Austrália é o que mais sofre com a falta de água. O sudoeste da ilha viu o volume de chuvas diminuir 15% desde 1970, o que levou a cidade de Perth, a quarta maior, a começar a exploração do aqüífero sobre a qual está localizada e gastar US$ 260 milhões numa usina de dessalinização. Ao redor do país ainda há problemas com salinização dos lençóis fráticos, exploração excessiva de bacias e contaminação de lençóis por mineração.

Do outro lado da moeda, mas com as mesmas dificuldades, está o Japão. O país tem alto indíce pluviométrico, mas o tamanho de sua população e o alto consumo de água não colaboram para o equilíbrio hídrico. Os japoneses, no entanto, aproveitam-se de seu poder financeiro e já fazem diversas obras para reduzir o desperdício e assim evitar a periódica falta de água.

Brasil

O Brasil, detentor das maiores reservas mundiais de água pura em estado líquido, é elogiado por ter aprovado este ano o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH). O plano está previsto na lei 9.433/97, a Lei das Águas, e tem como objetivo orientar a gestão dos recursos hídricos em todo o país. Ele atende às Metas do Milênio e à Agenda da Cúpula de Joanesburgo (Rio +10) e abre espaço para a participação de municípios e estados, além de ONGs e comunidades.

O WWF-Brasil, no entanto, chama atenção para outros problemas. De acordo com a entidade, os mananciais de abastecimento público ainda estão muito vulneráveis, assim como a mata que os cerca. Há ainda uma alta taxa de lançamento de esgoto diretamente em rios, desperdício na rede de distribuição de águas, agricultura mal-planejada e demanda crescente e não prevista pela ocupação irregular de terrenos nas grandes cidades.

‘Diante do problema global da escassez e da poluição das águas, o Brasil precisa aprender com os erros da Europa e da América do Norte. Essa preocupação, entretanto, ainda passa longe da agenda dos candidatos à Presidência da Repúblicaâ?, disse Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.

* Especial para a Revista do Terceiro Setor.

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