No dia 10 de junho publicamos este artigo do cardiologista Eduardo Saad sobre a importância de se acompanhar os batimentos acelerados do coração. Ali podem estar os sintomas da fibrilação atrial.
POR Redação SRzd17/06/2006|4 min de leitura
No dia 10 de junho publicamos este artigo do cardiologista Eduardo Saad sobre a importância de se acompanhar os batimentos acelerados do coração. Ali podem estar os sintomas da fibrilação atrial.
POR Redação SRzd17/06/2006|4 min de leitura
Denomina-se arritmia cardíaca a todo batimento cardíaco descompassado, com perda do ritmo normal das batidas do coração. A arritmia cardíaca mais comum, tanto em pessoas com coração normal ou com doenças do coração, é a fibrilação atrial. O termo se refere a uma total desorganização no batimento das cavidades cardíacas superiores, chamadas de átrios, que podem chegar a 500 contrações por minuto nesta circunstância. Cerca de 2,5 milhões de americanos apresentam o problema, responsável por um terço das hospitalizações por distúrbios do ritmo cardíaco. Esta arritmia pode ocorrer de maneira silenciosa, ou seja, sem causar qualquer sintoma e ser descoberta durante um eletrocardiograma de rotina. Em outros pacientes, a fibrilação atrial pode estar associada à sensação de coração disparado (palpitações), falta de ar, dor no peito, tonturas e desmaios.
A fibrilação atrial é a quinta maior causa de internação Sistema Énico de Saúde (SUS). Estudos recentes mostram que, em pessoas saudáveis acima dos 40 anos, uma a cada quatro desenvolverá a arritmia ao longo da vida, o que representa um grande risco para o paciente, pois pode causar embolia cerebral (má irrigação das artérias do cérebro) e levar a seqüelas importantes e até mesmo à morte. A mortalidade de pacientes com o problema é aproximadamente duas vezes maior que a da população normal. Um dos fatores mais importantes no tratamento dessa arritmia é a prevenção do derrame cerebral (conhecido como AVC). Um de cada seis AVCs ocorre em pacientes que possuem fibrilação atrial e, a cada ano, em média 7% destes correm o risco de sofrer um AVC. Isso representa um aumento de até sete vezes em relação ao risco para a população em geral.
Tradicionalmente, a doença é tratada com remédios para combater os sintomas e prevenir a formação de coágulos no coração, causadores de AVCs, além de choque elétrico para reverter a arritmia. Porém, estas formas de tratamento muitas vezes não são capazes de controlar os sintomas e impedir a recorrência. Uma nova opção de tratamento é o método chamado ablação por cateter com radiofreqüência que age diretamente no foco do problema, através de uma cauterização da região causadora da doença, ao redor das veias pulmonares (veias que trazem o sangue oxigenado dos pulmões para o lado esquerdo do coração). A cauterização pode ser guiada por uma sonda de ultra-som colocada dentro do coração, com grande precisão e segurança, sendo todo o procedimento realizado através de uma punção de uma veia na virilha. O método permite a cura da arritmia em 85% dos casos, sendo indicado para pessoas que apresentam a arritmia mesmo com o uso de medicação. As chances de complicações são pequenas, inferiores a 1%.
A recuperação é muito rápida e simples. Seis horas depois da realização do procedimento o paciente é liberado para se movimentar. A alta hospitalar geralmente acontece no dia seguinte e pode-se voltar ao trabalho em dois ou três dias. A prática de exercícios físicos é permitida após uma semana.
A ablação por cateter é hoje o único método capaz de curar definitivamente a arritmia, eliminando a necessidade de medicações e remédios anticoagulantes (para afinar o sangue e reduzir o risco de AVC). A manutenção do ritmo cardíaco normal proporciona também uma melhor qualidade de vida aos pacientes e um retorno rápido
às atividades habituais, sem nenhum tipo de restrição.
Eduardo Saad é coordenador do Centro de Fibrilação Atrial do Hospital Pró-Cardíaco, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas e do Dept. de Estimulação Cardíaca Artificial (Sociedade. Brasileira. de Cirurgia Cardíaca), Especialista em Arritmia e Estimulação Cardíaca pela Cleveland Clinic Foundation.
Email: ebsaad@uol.com.br
Denomina-se arritmia cardíaca a todo batimento cardíaco descompassado, com perda do ritmo normal das batidas do coração. A arritmia cardíaca mais comum, tanto em pessoas com coração normal ou com doenças do coração, é a fibrilação atrial. O termo se refere a uma total desorganização no batimento das cavidades cardíacas superiores, chamadas de átrios, que podem chegar a 500 contrações por minuto nesta circunstância. Cerca de 2,5 milhões de americanos apresentam o problema, responsável por um terço das hospitalizações por distúrbios do ritmo cardíaco. Esta arritmia pode ocorrer de maneira silenciosa, ou seja, sem causar qualquer sintoma e ser descoberta durante um eletrocardiograma de rotina. Em outros pacientes, a fibrilação atrial pode estar associada à sensação de coração disparado (palpitações), falta de ar, dor no peito, tonturas e desmaios.
A fibrilação atrial é a quinta maior causa de internação Sistema Énico de Saúde (SUS). Estudos recentes mostram que, em pessoas saudáveis acima dos 40 anos, uma a cada quatro desenvolverá a arritmia ao longo da vida, o que representa um grande risco para o paciente, pois pode causar embolia cerebral (má irrigação das artérias do cérebro) e levar a seqüelas importantes e até mesmo à morte. A mortalidade de pacientes com o problema é aproximadamente duas vezes maior que a da população normal. Um dos fatores mais importantes no tratamento dessa arritmia é a prevenção do derrame cerebral (conhecido como AVC). Um de cada seis AVCs ocorre em pacientes que possuem fibrilação atrial e, a cada ano, em média 7% destes correm o risco de sofrer um AVC. Isso representa um aumento de até sete vezes em relação ao risco para a população em geral.
Tradicionalmente, a doença é tratada com remédios para combater os sintomas e prevenir a formação de coágulos no coração, causadores de AVCs, além de choque elétrico para reverter a arritmia. Porém, estas formas de tratamento muitas vezes não são capazes de controlar os sintomas e impedir a recorrência. Uma nova opção de tratamento é o método chamado ablação por cateter com radiofreqüência que age diretamente no foco do problema, através de uma cauterização da região causadora da doença, ao redor das veias pulmonares (veias que trazem o sangue oxigenado dos pulmões para o lado esquerdo do coração). A cauterização pode ser guiada por uma sonda de ultra-som colocada dentro do coração, com grande precisão e segurança, sendo todo o procedimento realizado através de uma punção de uma veia na virilha. O método permite a cura da arritmia em 85% dos casos, sendo indicado para pessoas que apresentam a arritmia mesmo com o uso de medicação. As chances de complicações são pequenas, inferiores a 1%.
A recuperação é muito rápida e simples. Seis horas depois da realização do procedimento o paciente é liberado para se movimentar. A alta hospitalar geralmente acontece no dia seguinte e pode-se voltar ao trabalho em dois ou três dias. A prática de exercícios físicos é permitida após uma semana.
A ablação por cateter é hoje o único método capaz de curar definitivamente a arritmia, eliminando a necessidade de medicações e remédios anticoagulantes (para afinar o sangue e reduzir o risco de AVC). A manutenção do ritmo cardíaco normal proporciona também uma melhor qualidade de vida aos pacientes e um retorno rápido
às atividades habituais, sem nenhum tipo de restrição.
Eduardo Saad é coordenador do Centro de Fibrilação Atrial do Hospital Pró-Cardíaco, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas e do Dept. de Estimulação Cardíaca Artificial (Sociedade. Brasileira. de Cirurgia Cardíaca), Especialista em Arritmia e Estimulação Cardíaca pela Cleveland Clinic Foundation.
Email: ebsaad@uol.com.br
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