Em plenária realizada nesta terça-feira(12), o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) aprovou a suspensão provisória do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra. Ele foi flagrado estuprando uma mulher que estava em trabalho de parto.
Bezerra está impedido de exercer a medicina em todo o país. “A medida é um recurso para proteger a população e garantir a boa prática médica”, informou o Conselho.
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Também está sendo instaurado Cremerj um processo ético-profissional, cuja sanção máxima é a cassação definitiva do registro.
“Firmamos um compromisso com a sociedade de celeridade no que fosse possível e essa suspensão provisória é uma resposta. A situação é estarrecedora. Em mais de 40 anos de profissão, não vi nada parecido. E o nosso comprometimento não acaba aqui. Temos outras etapas pela frente e também vamos agir com a celeridade que o caso exige”, afirma o presidente do Conselho, Clovis Munhoz.
O homem havia sido preso em flagrante no Hospital da Mulher Heloneida Studart, na cidade de São João Meriti, no estado do Rio de Janeiro. Na tarde desta terça ele foi submetido a uma audiência de custódia na cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte da cidade, e foi encaminhado para o presídio de Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste.
Giovanni ficará preso por tempo indeterminado e poderá ter sua situação reavaliada caso o prazo de detenção ultrapasse 90 dias. Ele é acusado por estupro de vulnerável e a pena pode variar de 8 a 15 anos de reclusão.
O caso ganhou repercussão no último final de semana depois de enfermeiras e técnicas de enfermagem da unidade, que já estavam desconfiadas do médico, gravarem um vídeo onde se vê Giovanni colocando o pênis na boca da paciente. A grávida estava anestesiada durante a realização do parto.
No vídeo, Quintella abre o zíper da calça, puxa o pênis para fora e o introduz na boca da mulher. Enquanto isso, a equipe cirúrgica do hospital estava começando a cesariana. O estupro durou 10 minutos. Ao término, o médico pegou um papel e limpou os vestígios da violência.
De acordo com relato das testemunhas, ele vinha apresentando comportamentos estranhos, como a aplicação demasiada de sedativo nas mulheres, além da movimentação suspeita da cabeça das pacientes durante a cirurgia.
A delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti, Barbara Lomba, conta uma enfermeira relatou novas informações sobre o caso durante o depoimento: “Ela contou que viu o Giovanni com o pênis ereto no domingo. Além da vítima do vídeo, outras três mulheres já vieram até a delegacia e acreditam que possam ser vítimas do anestesista”, disse ela em entrevista à Globonews.
Giovanni atuou em pelo menos dez hospitais públicos e privados. Ele se formou em 2017 pelo Centro Universitário de Volta Redonda, no Sul Fluminense, tendo concluído a especialização em anestesia no início de abril deste ano.