O presidente interino, general Hamilton Mourão, criticou o vereador Carlos Bolsonaro, que defendeu em suas redes sociais um golpe de Estado ao afirmar que “por meios democráticos, não haverá as mudanças rápidas desejadas no país”. Para Mourão, a democracia é um dos “pilares da civilização ocidental”.
“São pilares da civilização ocidental. Vou repetir para você: pacto de gerações, democracia, capitalismo e sociedade civil forte. Sem isso, a civilização ocidental não existe”, disse Mourão nesta terça-feira (10).
Segundo Mourão, ao contrário do expressado pelo filho de Jair Bolsonaro, as mudanças são possíveis “senão a gente não tinha sido eleito”. “Temos de negociar com a rapaziada do outro lado da Praça [dos Três Poderes]. É assim que funciona. Com clareza, determinação e muita paciência”, completou.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse que as manifestações de Carlos Bolsonaro merecem “desprezo”: “O Senado Federal, o Parlamento brasileiro, a democracia estão fortalecidos. As instituições todas estão pujantes, trabalhamos a favor do Brasil. Então, uma manifestação ou outra em relação a este enfraquecimento tem, da minha parte, o meu desprezo”.
“Confio na democracia, acredito nas instituições e, por isso, cumpro meu papel tentando dar estabilidade a um país de 200 milhões de brasileiros que aguardam nossas respostas para emprego, para mais saúde e mais educação”, completou.
Outro que se posicionou contra a afirmação de Carlos Bolsonaro foi o governador de São Paulo. Questionado sobre o assunto em coletiva de imprensa nesta terça-feira, ele disse que “não existe outro caminho possível” para o país que não a democracia.
“Eu penso diametralmente oposto. Só com a democracia é que nós podemos ter um país soberano, livre e capaz de produzir políticas sociais e políticas econômicas. É só com democracia. Não há nenhum outro caminho possível no país. E eu estarei ao lado dos democratas e ao lado daqueles que vão lutar pela democracia”, declarou Doria.
Nesta segunda-feira (9), Carlos Bolsonaro pediu licença não remunerada da Câmara de Vereadores do Rio, um dia após defender um golpe de Estado nas redes sociais.