Remetente: Viradouro Com o enredo Não Há Tristeza que Pode Suportar Tanta Alegria, a Viradouro foi a penúltima escola a desfilar na Sapucaí. O forte canto empolgou as arquibancadas e corre pelo título de campeã do Carnaval carioca de 2022. A noite equilibrada de desfiles fez com que a escola de Niterói tenha conquistado um […]
POR Amanda Rocha23/04/2022|9 min de leitura
Viradouro 2022. Foto: Juliana Dias/SRzd
Com o enredo Não Há Tristeza que Pode Suportar Tanta Alegria, a Viradouro foi a penúltima escola a desfilar na Sapucaí. O forte canto empolgou as arquibancadas e corre pelo título de campeã do Carnaval carioca de 2022. A noite equilibrada de desfiles fez com que a escola de Niterói tenha conquistado um certo favoritismo entre o público.
“Escandalosamente luxuosa, a Viradouro não perdeu a alegria e o clima carnavalesco. Um lindo desfile. Pode ser que o favoritismo da escola se confirme, mas ficou no ar a sensação de que não será algo incontestável. Ainda se espera por alguma coisa que surpreenda.”
“Viradouro, acho que foi a melhor da noite, mas sem repetir o brilho do Carnaval passado, de 2020. Foi correta, a que menos errou, sem grandes falhas. Esperava um pouco mais, mas foi um belo desfile. Pode brigar pelo bicampeonato.”
A grandiosa comissão de frente da Viradouro foi um show a parte do desfile. Com soluções simples de efeitos nada mirabolantes, o quesito esbanjou criatividade e deixou na Avenida um recado de amor muito bonito ao Carnaval.
O casal Julinho Nascimento e Rute Alves fez uma linda apresentação no primeiro módulo julgador. O bailado rico em movimentos e um brilho especial encantou o público, mas infelizmente ao se aproximar do fim da coreografia, o mestre-sala perdeu um de seus sapatos. Nada que comprometesse o excelente desempenho do casal, muito pelo contrário. Julinho deu um show de simpatia e carisma ao continuar sua dança mesmo após a adversidade encontrada.
Segundo a comentarista do SRzd Eliane Santos, o casal foi magnífico:
“Magnífico! Um riscado, com diversas piruetas, sapateados e ‘falsas quedas’ para os dois sentidos, realizado com destreza. Uma Pegada de Mão realizada com segurança para conduzir o Balanço da porta-bandeira. Leveza, agilidade e força na execução dos movimentos obrigatórios, que coordenados com excelência, revelaram a sintonia e o entrosamento do casal. Eis a presença galante de Julinho Nascimento, que bailando conduziu e cortejou a maravilhosa Rute Alves em sua performance. Ela, habilidosa e altiva, ‘desenhou’ com movimentos ondulantes, que se iniciavam em seus dedos, mão e se estendiam por seu braço suavemente, revelando grande gentileza. O Abano foi apresentado em giros impecáveis, realizados com segurança. Um bailado clássico, todavia moderno, apresentando acréscimos em passos e gestos, em especial da dança afro-religiosa do orixá OMOLU, numa referência à saúde, que enriqueceram sem descaracterizar a dança primeira. Divinal!”
Assim como as fantasias, os primeiros setores da agremiação foram muito escuros, mas plasticamente bonitos e fiéis ao enredo.
Segundo o comentarista do SRzd Jaime Cezário, o conjunto alegórico da escola foi muito bom.
“As alegorias seguiram o mesmo requinte, com ótimos acabamentos, efeitos e grandiosidade costumeira da gestão atual da escola, que não mede esforços para brindar com o melhor sua comunidade e a nós, afinal somos todos um pierrô apaixonado que todo ano nos declaramos: Carnaval, te amo, na vida és tudo pra mim.”
O enredo alegre da Viradouro pedia mais cor e irreverência, mas não foi isso que nos foi apresentado nos primeiros setores. A escola iniciou o desfile com tons muito escuros nas fantasias, o que, inicialmente, distanciou a agremiação do principal tema abordado.
Segundo o comentarista do SRzd Jaime Cezário, o conjunto de fantasias da escola foi belo:
“Não há tristeza que possa suportar tanta alegria Viradouro. A escola de Niterói trouxe esse romance que nos faz a cada ano apaixonar mais por essa festa. A escola com fé renovada nessa pós-pandemia, retratou a história do Carnaval pós-gripe espanhola. Esse sentimento inebriante foi embalado pelas belas e ricas fantasias que retrataram o universo carnavalesco de 1919. Procurando palavras para traduzir a beleza trazida por você, Viradouro. Nos brindou com alegria e requinte traduzido em fantasias. Tantos foram os destaques que fica difícil eleger um, mas ficarei com as baianas espanholas.”
O enredo da Viradouro foi, sem dúvida alguma, um dos mais perspicazes que atravessou a Sapucaí na primeira noite de desfiles do Grupo Especial.
Não Há Tristeza que Pode Suportar Tanta Alegria abordou a felicidade de ter o Carnaval de volta depois de um período nebuloso e deu seu recado na Avenida.
Para o comentarista do SRzd Marcelo Masô, o desenvolvimento do enredo da escola foi competente:
“A Viradouro chegou extremamente luxuosa e imponente na Avenida. O enredo da escola teve viés histórico, abordou o Carnaval de 1919, o primeiro após a epidemia da Gripe Espanhola. A escola de Niterói mostrou como a alegria superou a dor da tragédia sanitária do século passado. O Pierrot Apaixonado (representando o povo momesco) e a Colombina (o Carnaval) foram os elementos condutores do desenvolvimento do desfile. A Viradouro revisitou o Carnaval de 1919 com muita propriedade, trazendo para a passarela símbolos importantes da folia do século XX, tais como as sociedades carnavalescas (Democráticos, Fenianos e Tenentes do Diabo). O desfile foi muito competente em relação à sua compreensão. Excelente apresentação!”
O samba da Viradouro foi cantado pelas arquibancadas até o setor seis, a partir dele, o público só cantou as partes mais fortes do refrão. Apesar dessa diferença notável no canto, não se pode negar que os componentes se mantiveram firmes e comprometidos com o samba da escola de Niterói.
O comentarista do SRzd Cadu Zugliani disse que o samba funcionou, mas a comunicação com o público podia ser melhor:
“Desfile espetacular do samba da Viradouro, os versos soltos e alongados funcionaram muito bem. O andamento da bateria do Ciça também encaixou muito bem com o samba. Uma pena que a Sapucaí ainda pareça fria, não sei se por ser a primeira noite ou pelo público de tantos camarotes que não fazem questão de cantar os sambas que passam. O fato é que este samba e esta apresentação da escola mereciam muito mais do público.”
Um dos pontos altos da Viradouro foi a bateria. O quesito foi equilibrado e levantou as arquibancadas, principalmente com a presença mais forte dos pratos.
Segundo o comentarista do SRzd Cláudio Francioni, a bateria da escola teve um bom desempenho:
“Foi um bom desfile da bateria de Mestre Ciça. Mais econômico nas bossas do que em outros anos, apresentou seu maior trunfo, a convenção dos pratos (na minha opinião, a melhor do ano), somente entre o primeiro e o segundo módulos e depois em frente ao terceiro. Também entrou acelerada e depois encontrou um bom andamento para o maravilhoso samba-enredo da escola. Bem equilibrada em timbres, como sempre com muito volume de caixas, marca forte do Ciça”.
O canto da Viradouro foi potente e contagiante, era fácil ouvir do público o refrão do samba. Os componentes mantiveram o alto nível sonoro ao longo de todo o desfile de forma harmoniosa.
Segundo a comentarista do SRzd Célia Souto, a harmonia da escola foi de qualidade:
“A escola apresentou um desfile com qualidade vocal, melódica e rítmica. Ótimo entrosamento entre ritmo e melodia. Os componentes estavam comprometidos com o canto durante todo o desfile”.
A evolução da Viradouro foi exemplar. Sem muitos erros e com muito equilíbrio, a escola teve uma evolução digna de Grupo Especial, o que com certeza ajudará na corrida para o título.
Segundo a comentarista do SRzd Célia Souto, a evolução da escola foi de qualidade:
“A escola apresentou um desfile equilibrado, leve no qual foi possível observar que houve regularidade entre as alas.”
Enredo: Não Há Tristeza que Pode Suportar Tanta Alegria
Presidente: Marcelo Calil Petrus Filho
Carnavalesco: Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon
Intérprete: Zé Paulo Sierra
Mestre de Bateria: Mestre Ciça
Rainha de Bateria: Érika Januza
Comissão de Frente: Alex Neoral e Marcio Jahú
Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Julinho Nascimento e Rute Alves
Com o enredo Não Há Tristeza que Pode Suportar Tanta Alegria, a Viradouro foi a penúltima escola a desfilar na Sapucaí. O forte canto empolgou as arquibancadas e corre pelo título de campeã do Carnaval carioca de 2022. A noite equilibrada de desfiles fez com que a escola de Niterói tenha conquistado um certo favoritismo entre o público.
“Escandalosamente luxuosa, a Viradouro não perdeu a alegria e o clima carnavalesco. Um lindo desfile. Pode ser que o favoritismo da escola se confirme, mas ficou no ar a sensação de que não será algo incontestável. Ainda se espera por alguma coisa que surpreenda.”
“Viradouro, acho que foi a melhor da noite, mas sem repetir o brilho do Carnaval passado, de 2020. Foi correta, a que menos errou, sem grandes falhas. Esperava um pouco mais, mas foi um belo desfile. Pode brigar pelo bicampeonato.”
A grandiosa comissão de frente da Viradouro foi um show a parte do desfile. Com soluções simples de efeitos nada mirabolantes, o quesito esbanjou criatividade e deixou na Avenida um recado de amor muito bonito ao Carnaval.
O casal Julinho Nascimento e Rute Alves fez uma linda apresentação no primeiro módulo julgador. O bailado rico em movimentos e um brilho especial encantou o público, mas infelizmente ao se aproximar do fim da coreografia, o mestre-sala perdeu um de seus sapatos. Nada que comprometesse o excelente desempenho do casal, muito pelo contrário. Julinho deu um show de simpatia e carisma ao continuar sua dança mesmo após a adversidade encontrada.
Segundo a comentarista do SRzd Eliane Santos, o casal foi magnífico:
“Magnífico! Um riscado, com diversas piruetas, sapateados e ‘falsas quedas’ para os dois sentidos, realizado com destreza. Uma Pegada de Mão realizada com segurança para conduzir o Balanço da porta-bandeira. Leveza, agilidade e força na execução dos movimentos obrigatórios, que coordenados com excelência, revelaram a sintonia e o entrosamento do casal. Eis a presença galante de Julinho Nascimento, que bailando conduziu e cortejou a maravilhosa Rute Alves em sua performance. Ela, habilidosa e altiva, ‘desenhou’ com movimentos ondulantes, que se iniciavam em seus dedos, mão e se estendiam por seu braço suavemente, revelando grande gentileza. O Abano foi apresentado em giros impecáveis, realizados com segurança. Um bailado clássico, todavia moderno, apresentando acréscimos em passos e gestos, em especial da dança afro-religiosa do orixá OMOLU, numa referência à saúde, que enriqueceram sem descaracterizar a dança primeira. Divinal!”
Assim como as fantasias, os primeiros setores da agremiação foram muito escuros, mas plasticamente bonitos e fiéis ao enredo.
Segundo o comentarista do SRzd Jaime Cezário, o conjunto alegórico da escola foi muito bom.
“As alegorias seguiram o mesmo requinte, com ótimos acabamentos, efeitos e grandiosidade costumeira da gestão atual da escola, que não mede esforços para brindar com o melhor sua comunidade e a nós, afinal somos todos um pierrô apaixonado que todo ano nos declaramos: Carnaval, te amo, na vida és tudo pra mim.”
O enredo alegre da Viradouro pedia mais cor e irreverência, mas não foi isso que nos foi apresentado nos primeiros setores. A escola iniciou o desfile com tons muito escuros nas fantasias, o que, inicialmente, distanciou a agremiação do principal tema abordado.
Segundo o comentarista do SRzd Jaime Cezário, o conjunto de fantasias da escola foi belo:
“Não há tristeza que possa suportar tanta alegria Viradouro. A escola de Niterói trouxe esse romance que nos faz a cada ano apaixonar mais por essa festa. A escola com fé renovada nessa pós-pandemia, retratou a história do Carnaval pós-gripe espanhola. Esse sentimento inebriante foi embalado pelas belas e ricas fantasias que retrataram o universo carnavalesco de 1919. Procurando palavras para traduzir a beleza trazida por você, Viradouro. Nos brindou com alegria e requinte traduzido em fantasias. Tantos foram os destaques que fica difícil eleger um, mas ficarei com as baianas espanholas.”
O enredo da Viradouro foi, sem dúvida alguma, um dos mais perspicazes que atravessou a Sapucaí na primeira noite de desfiles do Grupo Especial.
Não Há Tristeza que Pode Suportar Tanta Alegria abordou a felicidade de ter o Carnaval de volta depois de um período nebuloso e deu seu recado na Avenida.
Para o comentarista do SRzd Marcelo Masô, o desenvolvimento do enredo da escola foi competente:
“A Viradouro chegou extremamente luxuosa e imponente na Avenida. O enredo da escola teve viés histórico, abordou o Carnaval de 1919, o primeiro após a epidemia da Gripe Espanhola. A escola de Niterói mostrou como a alegria superou a dor da tragédia sanitária do século passado. O Pierrot Apaixonado (representando o povo momesco) e a Colombina (o Carnaval) foram os elementos condutores do desenvolvimento do desfile. A Viradouro revisitou o Carnaval de 1919 com muita propriedade, trazendo para a passarela símbolos importantes da folia do século XX, tais como as sociedades carnavalescas (Democráticos, Fenianos e Tenentes do Diabo). O desfile foi muito competente em relação à sua compreensão. Excelente apresentação!”
O samba da Viradouro foi cantado pelas arquibancadas até o setor seis, a partir dele, o público só cantou as partes mais fortes do refrão. Apesar dessa diferença notável no canto, não se pode negar que os componentes se mantiveram firmes e comprometidos com o samba da escola de Niterói.
O comentarista do SRzd Cadu Zugliani disse que o samba funcionou, mas a comunicação com o público podia ser melhor:
“Desfile espetacular do samba da Viradouro, os versos soltos e alongados funcionaram muito bem. O andamento da bateria do Ciça também encaixou muito bem com o samba. Uma pena que a Sapucaí ainda pareça fria, não sei se por ser a primeira noite ou pelo público de tantos camarotes que não fazem questão de cantar os sambas que passam. O fato é que este samba e esta apresentação da escola mereciam muito mais do público.”
Um dos pontos altos da Viradouro foi a bateria. O quesito foi equilibrado e levantou as arquibancadas, principalmente com a presença mais forte dos pratos.
Segundo o comentarista do SRzd Cláudio Francioni, a bateria da escola teve um bom desempenho:
“Foi um bom desfile da bateria de Mestre Ciça. Mais econômico nas bossas do que em outros anos, apresentou seu maior trunfo, a convenção dos pratos (na minha opinião, a melhor do ano), somente entre o primeiro e o segundo módulos e depois em frente ao terceiro. Também entrou acelerada e depois encontrou um bom andamento para o maravilhoso samba-enredo da escola. Bem equilibrada em timbres, como sempre com muito volume de caixas, marca forte do Ciça”.
O canto da Viradouro foi potente e contagiante, era fácil ouvir do público o refrão do samba. Os componentes mantiveram o alto nível sonoro ao longo de todo o desfile de forma harmoniosa.
Segundo a comentarista do SRzd Célia Souto, a harmonia da escola foi de qualidade:
“A escola apresentou um desfile com qualidade vocal, melódica e rítmica. Ótimo entrosamento entre ritmo e melodia. Os componentes estavam comprometidos com o canto durante todo o desfile”.
A evolução da Viradouro foi exemplar. Sem muitos erros e com muito equilíbrio, a escola teve uma evolução digna de Grupo Especial, o que com certeza ajudará na corrida para o título.
Segundo a comentarista do SRzd Célia Souto, a evolução da escola foi de qualidade:
“A escola apresentou um desfile equilibrado, leve no qual foi possível observar que houve regularidade entre as alas.”
Enredo: Não Há Tristeza que Pode Suportar Tanta Alegria
Presidente: Marcelo Calil Petrus Filho
Carnavalesco: Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon
Intérprete: Zé Paulo Sierra
Mestre de Bateria: Mestre Ciça
Rainha de Bateria: Érika Januza
Comissão de Frente: Alex Neoral e Marcio Jahú
Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Julinho Nascimento e Rute Alves
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