Em 2015, o SRZD Carnaval bateu um papo com Lilian Ribeiro, da Grande Rio, mais conhecida como Lili Tudão. Na época, ela contou um pouco de sua trajetória no Carnaval e falou de seu amor ao samba carioca e à tricolor de Duque de Caxias.
Mas, ela também adiantou que tinha um sonho de experimentar novas experiências. E que um dos seus desejos seria desfilar na Intendente Magalhães e que, se tivesse oportunidade, honraria sua indicação . O tempo passou e Lili Tudão alcançou seus objetivos. Ela tornou-se rainha da Acadêmicos da Abolição.
Para muitos que assistiram ao desfile, Lili Tudão foi, disparado, a rainha com o melhor samba no pés. Ela fez um desfile elogiado, elevando a sua escola ao patamar número 1.
Vamos relembrar parte daquela conversa de 2015, mas com o olhar para o último fim de semana:
SRZDCarnaval: Como você começou no mundo do samba?
Lili Tudão: Comecei no mundo do samba já tarde, em relação a algumas pessoas que vêm de berço. Comecei aos 25 anos, sempre amei Carnaval mas nunca pensei que tivesse capacidade e beleza para estar numa ala de passistas.
SRZD Carnaval: De que forma, então, você conseguiu conquistar uma vaga numa ala de passistas?
Lili Tudão: Para mim quando o assunto era uma negra bonita, me vinha logo em mente uma passista de escola de samba. Um belo dia num ensaio técnico da escola em que fui assistir, uma emissora de televisão da Espanha me viu sambando e veio até mim pensando que eu também fosse passista. Aquilo me despertou coragem e desejo ainda maior para que no ano seguinte eu me inscrevesse e participasse do concurso. Entre 22 meninas concorrendo passei em primeiro lugar e graças a Deus venho representando meu Pavilhão Tricolor.
SRZD Carnaval: Como você ganhou o apelido de Lili Tudão?
Lili Tudão: Ganhei o apelido de Lili Tudão de alguns ritmistas por eu na época ser a maior e mais alta de todas e, com isso, levo esse apelido já há 8 anos.
SRZD Carnaval: Conte um pouquinho, para nós, sobre seu trabalho fora do mundo do samba.
Lili Tudão: Graças a Deus o preconceito ao sambista, mais especificamente à passista vem diminuindo. Muitas pessoas achavam que passistas eram apenas belas mulheres negras que só sabiam colocar uma fantasia e rebolar, não percebiam que atrás de todo aquele brilho existiam mães, esposas, estudantes e mulheres bem sucedidas. Sou formada em Enfermagem e hoje atuo como funcionária pública, no cargo de assessora de um deputado e nunca tive problema algum em exercer as duas funções. Concilio família, academia, trabalho e samba tranquilamente.
SRZD Carnaval: Você se imagina sambando em alguma outra escola?
Lili Tudão: Já sambei em outra escola sim, como musa da Tom maior (escola de São Paulo), e a emoção e alegria foram sim muito parecidas, pois amo sambar e um sambista samba em qualquer lugar.