Mulher, mãe, avó e referência feminina: Solange Cruz, presidente da Mocidade Alegre
Força, determinação, e sensibilidade aos detalhes são marcas registradas da personalidade de Solange Cruz, tudo isso cercado pelo toque feminino e seu estilo único, que faz toda a diferença na condução de suas atividades como presidente da escola de samba Mocidade Alegre. Sua gestão participativa na agremiação campeã do Carnaval de São Paulo de 2023, […]
POR Redação SRzd08/03/2023|7 min de leitura
Força, determinação, e sensibilidade aos detalhes são marcas registradas da personalidade de Solange Cruz, tudo isso cercado pelo toque feminino e seu estilo único, que faz toda a diferença na condução de suas atividades como presidente da escola de samba Mocidade Alegre.
Sua gestão participativa na agremiação campeã do Carnaval de São Paulo de 2023, e detentora de outras dez taças no Grupo Especial, administra os conflitos internos buscando a solução de controvérsias de modo que o foco no resultado não seja perdido ou colocado em segundo plano.
No dia dedicado as mulheres, é impossível não falar do Carnaval de São Paulo, sem citar Solange, cujo sobrenome Cruz vem laurear sua profunda fé em Deus, e o sobrenome Bichara, se associa a sua personalidade forte e tenaz, já que é conhecida no segmento como “Leoa do Samba”.
Seu alento vem de um pacto profundo com a particular natureza carnavalesca num momento onde a folia em si não apresentava a grandeza organizacional e a importância cultural dos dias atuais. Solange acompanhou de perto as justas causas pelas quais seus familiares defendiam mais espaço e profissionalismo na produção dos espetáculos artísticos realizados pelas escolas de samba na capital paulista.
Seu pai, Carlos Augusto Cruz e seu tio, Juarez da Cruz, foram dois desses patronos, também fundadores e ex-presidentes da Mocidade Alegre. Nascida e criada no universo do samba e em meio aos avanços do Carnaval, desenvolveu-se de modo a contribuir para a melhoria e crescimento da agremiação alicerçada por seus antecessores.
Ainda jovem, trabalhava o seu espaço administrando departamentos e liderando produções internas, configurando uma figura presente e acalorada pelas cores verde, vermelha e branca de seu pavilhão. Essa paixão a colocou de frente com o destino mais improvável: com a morte de sua irmã Elaine Bichara, Solange tornou-se presidente da Mocidade Alegre em abril de 2003, mantendo a posição das administrações familiares, porém, atenta aos desafios onde nos quais enxergou a necessidade de mudanças principalmente na forma de criar e administrar um Carnaval.
Uma nova liderança foi formada valorizando a composição e junção do trabalho em equipe de cada um de seus departamentos. Como uma grande empresa que precisa estar atenta as transformações e indicadores sociais e econômicos do país, sua gestão participativa trouxe mais visibilidade e qualidade às produções da agremiação ao valorizar e formar o potencial humano oriundo de sua comunidade. Sua postura, diante do cargo, é bem pontual.
“Solange trabalha como a porta-voz e não a dona da escola”
Em seu primeiro ano de gestão veio o primeiro campeonato, desprendendo a escola de um incômodo jejum de 24 anos sem títulos e trazendo entusiasmo e motivação aos seus seguidores. À partir disso, a administração da Presidente Solange levou a Mocidade Alegre a impressionantes resultados: desde o início da sua gestão, são sete títulos de campeã do Carnaval, três vice-campeonatos e duas vezes terceira colocada, além de premiações diversas. Mais do que excelentes resultados na competição, o fato da agremiação estar em evidência trouxe novos progressos a escola e ao Carnaval paulistano. Um novo olhar sobre a forma de planejar e desenvolver um espetáculo se expandiu, chamando a atenção de novos investidores e marcas que buscam agregar seus valores na hora de pensar em novas parcerias e campanhas de incentivo.
Tantos resultados não seriam possíveis se não houvesse uma supervisão moderna e inovadora, atenta às transformações e ao enriquecimento da história do Carnaval de São Paulo, hoje cada vez mais exigente e criterioso em seus aspectos. “Hoje para vencer, você precisa cuidar do detalhe do detalhe, do detalhe”, disse ela ao SRzd.
Destaque recente na Forbes, pelo sucesso de sua gestão que completa 20 anos, Solange é uma mulher habilidosa, comunicativa, de vocabulário preciso, com oratória e fonética especiais, além de ser simpática e vaidosa.
Com toda sua experiência de vida e no samba, se tornou referência também no Carnaval do Rio e em palestras motivacionais. Quer mais um exemplo de sua representatividade? Neste ano, foi tema de enredo da escola de samba Sangue Jovem, no Carnaval da cidade de Santos.
Para Solange, nenhum ambiente é mais democrático que uma escola de samba. “Há empregadas domésticas que são diretoras aqui, comandando um monte de gente, e cheias de responsabilidades”, disse ela em entrevista ao Projeto Draft.
Apesar de títulos nas três últimas décadas, ela não atribui as conquistas a si mesma, mas à toda comunidade, cujos interesses promete defender com garra. Até mesmo sambistas de escolas coirmãs já relataram, mesmo em algumas ocasiões, não concordando com algumas de suas autênticas falas, que gostariam de ter uma líder com este perfil.
“Com base na minha experiência, tento mostrar que é muito mais fácil fazer as coisas com amor”, diz. A frase é dita por uma gestora que lidera uma força de trabalho que não tem remuneração para mover a escola.
Por trás de seus famosos terços, conhecidos nacionalmente pela exposição nas transmissões televisivas das apurações dos desfiles, rezando sem interrupção, existe uma pessoa autêntica e de costumes simples.
Casada há trinta anos com Marcos Rezende dos Santos Nascimento, conhecido como Sombra, vice-presidente e mestre de bateria da escola, eles tiveram Carlos Augusto, o Carlinhos, filho, “Sombrinha”, diretor de bateria “Ritmo Puro”. Uma semana antes do Carnaval de 2023, Solange se tornou avó, após o nascimento do “príncipe Marquinhos”, como ela gosta de chamar o fruto do relacionamento de Carlinhos e Marcela Ferraz.
Mulher, mãe, líder, formadora de opinião, Solange Cruz é católica, devota de Nossa Senhora, gosta de cozinhar e receber seus amigos quando não está envolvida com o Carnaval, ou mesmo, em meio a suas incontáveis atividades ligadas ao universo das escolas de samba, onde inegavelmente se tornou ícone.
Dinâmica e assertiva nas decisões, sua trajetória, além de referência para outras mulheres, é definitivamente composta de vitórias e conquistas que a conduzem para celebrar a vida!
Os segredos deste sucesso? Um deles talvez seja a manutenção deste espírito aguerrido casado com a polidez do olhar feminino para administrar uma legião de apaixonados pela Mocidade Alegre, mostrando diariamente que essa atmosfera vai além das fronteiras do Carnaval, e que junto a ele é possível levar simplesmente poesia, simpatia, paixão e emoção para a vida de centena de pessoas.
Impossível não encerrar este texto sem um dos bordões mais famosos da protagonista em questão: “A Vitória Vem da Luta, A Luta Vem da Força e a Força da União!”.
Força, determinação, e sensibilidade aos detalhes são marcas registradas da personalidade de Solange Cruz, tudo isso cercado pelo toque feminino e seu estilo único, que faz toda a diferença na condução de suas atividades como presidente da escola de samba Mocidade Alegre.
Sua gestão participativa na agremiação campeã do Carnaval de São Paulo de 2023, e detentora de outras dez taças no Grupo Especial, administra os conflitos internos buscando a solução de controvérsias de modo que o foco no resultado não seja perdido ou colocado em segundo plano.
No dia dedicado as mulheres, é impossível não falar do Carnaval de São Paulo, sem citar Solange, cujo sobrenome Cruz vem laurear sua profunda fé em Deus, e o sobrenome Bichara, se associa a sua personalidade forte e tenaz, já que é conhecida no segmento como “Leoa do Samba”.
Seu alento vem de um pacto profundo com a particular natureza carnavalesca num momento onde a folia em si não apresentava a grandeza organizacional e a importância cultural dos dias atuais. Solange acompanhou de perto as justas causas pelas quais seus familiares defendiam mais espaço e profissionalismo na produção dos espetáculos artísticos realizados pelas escolas de samba na capital paulista.
Seu pai, Carlos Augusto Cruz e seu tio, Juarez da Cruz, foram dois desses patronos, também fundadores e ex-presidentes da Mocidade Alegre. Nascida e criada no universo do samba e em meio aos avanços do Carnaval, desenvolveu-se de modo a contribuir para a melhoria e crescimento da agremiação alicerçada por seus antecessores.
Ainda jovem, trabalhava o seu espaço administrando departamentos e liderando produções internas, configurando uma figura presente e acalorada pelas cores verde, vermelha e branca de seu pavilhão. Essa paixão a colocou de frente com o destino mais improvável: com a morte de sua irmã Elaine Bichara, Solange tornou-se presidente da Mocidade Alegre em abril de 2003, mantendo a posição das administrações familiares, porém, atenta aos desafios onde nos quais enxergou a necessidade de mudanças principalmente na forma de criar e administrar um Carnaval.
Uma nova liderança foi formada valorizando a composição e junção do trabalho em equipe de cada um de seus departamentos. Como uma grande empresa que precisa estar atenta as transformações e indicadores sociais e econômicos do país, sua gestão participativa trouxe mais visibilidade e qualidade às produções da agremiação ao valorizar e formar o potencial humano oriundo de sua comunidade. Sua postura, diante do cargo, é bem pontual.
“Solange trabalha como a porta-voz e não a dona da escola”
Em seu primeiro ano de gestão veio o primeiro campeonato, desprendendo a escola de um incômodo jejum de 24 anos sem títulos e trazendo entusiasmo e motivação aos seus seguidores. À partir disso, a administração da Presidente Solange levou a Mocidade Alegre a impressionantes resultados: desde o início da sua gestão, são sete títulos de campeã do Carnaval, três vice-campeonatos e duas vezes terceira colocada, além de premiações diversas. Mais do que excelentes resultados na competição, o fato da agremiação estar em evidência trouxe novos progressos a escola e ao Carnaval paulistano. Um novo olhar sobre a forma de planejar e desenvolver um espetáculo se expandiu, chamando a atenção de novos investidores e marcas que buscam agregar seus valores na hora de pensar em novas parcerias e campanhas de incentivo.
Tantos resultados não seriam possíveis se não houvesse uma supervisão moderna e inovadora, atenta às transformações e ao enriquecimento da história do Carnaval de São Paulo, hoje cada vez mais exigente e criterioso em seus aspectos. “Hoje para vencer, você precisa cuidar do detalhe do detalhe, do detalhe”, disse ela ao SRzd.
Destaque recente na Forbes, pelo sucesso de sua gestão que completa 20 anos, Solange é uma mulher habilidosa, comunicativa, de vocabulário preciso, com oratória e fonética especiais, além de ser simpática e vaidosa.
Com toda sua experiência de vida e no samba, se tornou referência também no Carnaval do Rio e em palestras motivacionais. Quer mais um exemplo de sua representatividade? Neste ano, foi tema de enredo da escola de samba Sangue Jovem, no Carnaval da cidade de Santos.
Para Solange, nenhum ambiente é mais democrático que uma escola de samba. “Há empregadas domésticas que são diretoras aqui, comandando um monte de gente, e cheias de responsabilidades”, disse ela em entrevista ao Projeto Draft.
Apesar de títulos nas três últimas décadas, ela não atribui as conquistas a si mesma, mas à toda comunidade, cujos interesses promete defender com garra. Até mesmo sambistas de escolas coirmãs já relataram, mesmo em algumas ocasiões, não concordando com algumas de suas autênticas falas, que gostariam de ter uma líder com este perfil.
“Com base na minha experiência, tento mostrar que é muito mais fácil fazer as coisas com amor”, diz. A frase é dita por uma gestora que lidera uma força de trabalho que não tem remuneração para mover a escola.
Por trás de seus famosos terços, conhecidos nacionalmente pela exposição nas transmissões televisivas das apurações dos desfiles, rezando sem interrupção, existe uma pessoa autêntica e de costumes simples.
Casada há trinta anos com Marcos Rezende dos Santos Nascimento, conhecido como Sombra, vice-presidente e mestre de bateria da escola, eles tiveram Carlos Augusto, o Carlinhos, filho, “Sombrinha”, diretor de bateria “Ritmo Puro”. Uma semana antes do Carnaval de 2023, Solange se tornou avó, após o nascimento do “príncipe Marquinhos”, como ela gosta de chamar o fruto do relacionamento de Carlinhos e Marcela Ferraz.
Mulher, mãe, líder, formadora de opinião, Solange Cruz é católica, devota de Nossa Senhora, gosta de cozinhar e receber seus amigos quando não está envolvida com o Carnaval, ou mesmo, em meio a suas incontáveis atividades ligadas ao universo das escolas de samba, onde inegavelmente se tornou ícone.
Dinâmica e assertiva nas decisões, sua trajetória, além de referência para outras mulheres, é definitivamente composta de vitórias e conquistas que a conduzem para celebrar a vida!
Os segredos deste sucesso? Um deles talvez seja a manutenção deste espírito aguerrido casado com a polidez do olhar feminino para administrar uma legião de apaixonados pela Mocidade Alegre, mostrando diariamente que essa atmosfera vai além das fronteiras do Carnaval, e que junto a ele é possível levar simplesmente poesia, simpatia, paixão e emoção para a vida de centena de pessoas.
Impossível não encerrar este texto sem um dos bordões mais famosos da protagonista em questão: “A Vitória Vem da Luta, A Luta Vem da Força e a Força da União!”.