Em novembro do ano passado, o cineasta italiano Marco Calvani postou uma foto no Instagram onde aparecia de mãos dadas com seu namorado, o galã brasileiro Marco Pigossi. Depois de ver alguns comentários na rede social, o próprio Pigossi resolveu retransmitir a foto para seus 3,9 milhões de seguidores. Estava revelando para eles, pela primeira vez, que era gay.
Em entrevista ao jornal O Globo, o ator revelou que nunca teve abertura com seus pais para conversar sobre o assunto.
“Eu rezava, pedia a Deus para me consertar. A homofobia é tão enraizada que, por mais que a gente assuma, ainda vai lidar com o preconceito interno. Vesti a máscara heterossexual, sempre fui observado pela beleza. Fiz esse personagem hétero para me esconder, o que deixou minha vida mais confortável. E sou branco, privilegiado, classe média, filho de médicos. Imagina quem está na favela, é negro…”, declarou.
“A pessoa que se aceita e está feliz com o que é conhece uma força enorme. Se sente com poder para ocupar espaços. E o encontro com a comunidade é uma corrente bonita, a gente se sente fortalecido, cria um senso comunitário. Porque, no fundo, o que a gente mais quer é pertencer. Como homossexual, sentia que não pertencia a nenhum grupo. Todos esses corpos passam por isso. E quando passam a pertencer… É do caralho!”, comentou Marcos sobre a aceitação de ser gay.
Em 2021, em entrevista à revista Piauí, o ator falou sobre o medo que tinha de sua sexualidade ser revelada.
“Nos meus doze anos de vida pública, mantive um relacionamento com um homem que durou oito anos. Vivíamos juntos no mesmo apartamento. Hoje, olhando esse passado, me dou conta de que vivi situações absurdas. Em passeios nos shoppings, por exemplo, sempre que eu encontrava um conhecido por acaso, meu namorado automaticamente seguia andando para me proteger, como se eu estivesse sozinho. Ele via o tamanho do meu desespero.
A paranoia fazia com que uma simples ida ao cinema com meu companheiro, algo trivial na rotina de um casal, fosse precedida de muita angústia. Eu pedia para amigos irem conosco, só para evitar que eu fosse visto sozinho na companhia de outro homem. Era um conflito interno constante: eu não podia deixar o medo me vencer, eu tinha que ir ao cinema, mas, ao mesmo tempo, sentia um pânico de ser descoberto gay”.
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