O presidente eleito, Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (27) que o aumento nos salários do Poder Judiciário será pago por “toda a população”.
“Pergunta para o Temer, pergunta para o Temer. O Temer que decidiu sancionar, tá ok? Quem vai pagar é toda a população brasileira é quem vai pagar. É todo mundo! A minha responsabilidade nessa área começa a partir de 1º de janeiro do ano que vem”, declarou Bolsonaro aos jornalistas em entrevista coletiva concedida no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo provisório.
O presidente Michel Temer sancionou nesta segunda-feira (26) o reajuste para ministros do STF, que serve de teto para o funcionalismo. O valor passa de R$ 33 mil para R$ 39 mil. Com a decisão, integrantes do Ministério Público, Defensoria Pública e tribunais de contras também devem ser afetados e perder o benefício.
No mesmo dia, o ministro da Suprema Corte Luiz Fux revogou o auxílio-moradia para juízes, integrantes do Ministério Público, Defensorias Públicas e tribunais de contas. Uma contrapartida negociada pelos magistrados do Supremo para assegurar o aumento salarial. A ideia é que o fim do pagamento do benefício compense o reajuste.
Segundo o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, o impacto nas contas públicas será de pelo menos R$ 1,65 bilhão. Ele esteve reunido nesta manhã com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.
Ex-diretor do Dnit é indicado para Ministério da Infraestrutura
Como tem feito no anúncio de todos os futuros ministros, Bolsonaro usou sua conta no Twitter para confirmar a indicação de Tarcísio Gomes de Freitas para o Ministério da Infraestrutura. A nova pasta vai abranger os setores de transporte aéreo, terrestre e aquaviário.
Tarcísio Gomes de Freitas foi nomeado diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura Transporte (DNIT) em meados de 2011, após a “faxina ética” determinada pela então presidente Dilma Rousseff no órgão, que passava por uma crise provocada por denúncias de corrupção.
Gomes de Freitas iniciou a carreira no Exército, mas acabou ingressando, por concurso, no quadro de auditores da Controladoria-Geral da União (CGU). É formado em Engenharia Civil pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e atuou como engenheiro da Companhia de Engenharia Brasileira na Missão de Paz no Haiti.
Ele entrou no DNIT como braço-direito do então diretor-geral Jorge Ernesto Pinto Fraxe, general do Exército, formado engenheiro na Academia Militar de Agulhas Negras. O general ocupou diversos postos na área de engenharia, em várias regiões do país, sempre como comandante de destacamentos de engenharia de construção. Gomes de Freitas substituiu o general em setembro de 2011, depois que ele voluntariamente se demitiu.