Pela primeira vez na história, duas mulheres trans ocuparão cadeiras na Câmara dos Deputados em 2023, marcando um momento histórico no cenário eleitoral brasileiro. São elas: Erika Hilton (PSOL – SP) e Duda Salabert (PDT – MG).
Erika Hilton, de 29 anos, foi eleita com 256.902 votos pelo PSOL em São Paulo. “Já dá para dizer: Travesti preta eleita”, celebrou a futura parlamentar no Twitter.
Ela foi a nona candidata mais votada para a Câmara dos Deputados em São Paulo e a terceira entre as mulheres, atrás de Carla Zambelli, do PL, com 946.222 votos, e de Tabata Amaral, do PSB, com 337.866.
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Nascida em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, Hilton foi eleita vereadora na capital paulista desde 1º de janeiro de 2021, mais de 50 mil votos. Ela preside a Comissão de Direitos Humanos na Câmara Municipal e tem como bandeiras a igualdade de gênero e o combate à homofobia e à transfobia.
Em seu primeiro mandato, ela tem lutado por equidade para a população negra, o combate à discriminação contra a comunidade LGBTQIA+ e valorização das iniciativas culturais jovens e periféricas.
Agora em seu novo desafio, Erika Hilton pretende ampliar o trabalho que já vem fazendo na capital paulista como cultura, educação, saúde, transporte e todos os assuntos que se referem ao desenvolvimento da cidade.
Duda Salabert
Minas Gerais elegeu como deputada a mulher transgênero Duda Salabert, do PDT, com 208,3 mil votos. A atual vereadora em Belo Horizonte foi a terceira candidata mais votada, atrás de Nikolas Ferreira, do PL, com 1,5 milhão, e André Janones, do Avante, com 238,5 mil.
“Sou a 1ª trans eleita no Congresso Nacional! A deputada federal mais votada da história de MG! Mesmo com ataques de setores da esquerda, ataques dos ciristas e das ameaças de morte da extrema direita, ganhamos a eleição!”, celebrou Salabert, que também foi a primeira vereadora trans de Belo Horizonte, e a mais votada da cidade, em 2020.
Importante destacar que ambas foram vítimas de ameaças de morte durante seus primeiros mandatos, sendo que Duda foi votar neste domingo com colete à prova de balas.
Números expressivos
Embora nunca tenha eleito um candidato trans ou travesti, as eleições deste ano bateram o recorde de candidaturas trans pelo país: ao todo foram 80 candidaturas, sendo 38 federais e 42 estaduais, segundo levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).