A inflação é uma realidade no Brasil, atingindo pesadamente o bolso dos brasileiros. Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aponta que a inflação oficial no país fechou 2021 registrando uma alta no custo de vida de 10,06%. Mas, a inflação real que abate o bolso do brasileiro é muito maior, sendo que os preços de itens básicos são os que mais sobem.
A comprovação dessa triste realidade é muito simples, basta ir a qualquer supermercado, loja ou posto de combustível e ver que o dinheiro não tem mais o valor para consumo que tinha em 2020.
“Por mais que possa se argumentar que o mundo está passando por uma alta inflacionária, no Brasil temos um aumento ainda maior e é preciso ver o impacto direto desses números para a população, que é o que mais importa. E infelizmente o resultado vem sendo drástico, com o aumento do endividamento e, o pior, da miséria”, analisa Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).
O especialista explica que são necessárias estratégias drásticas para combater essa inflação, e mesmo assim serão sentidos os reflexos nas contas.
“Os reajustes nos ganhos geralmente são mensais, mas os aumentos dos preços são diários, sendo necessária atenção a cada item de consumo. É preciso reavaliar cada ato de consumo”, explica Domingos.
Algumas medidas
São muitas as medidas a serem tomadas para o reajuste das finanças, mas algumas devem ser imediatas. O presidente da Abefin listou sete dessas:
• Energia, água e gás – Banhos longos, luzes acessas e dispositivos ligados na tomada podem consumir muita energia elétrica sem perceber – e esses são gastos que passam despercebidos até o momento de pagar a conta. O mesmo acontece com o uso de água e gás. Economizar no uso desses recursos e tomar mais cuidado ao usá-los vai acarretar uma economia na conta no fim do mês.
• Conta de celular, streaming e cabo – As tarifas das operadoras de celular podem aumentar e, por isso, recomendo comparar os valores. Também cuidado com serviços de streaming e tv à cabo, muitas vezes se contratou e não utiliza mais, contudo o gasto continua a corroer as finanças. Um alerta se faz a aplicativos pagos e joguinhos de celular, esses são realmente necessários?
• Supermercado – O preço de alguns itens básicos aumentou em grandes proporções, o que pode prejudicar ainda mais o seu bolso. Recomendo fazer uma lista de compras com os itens que são realmente necessários e optar por marcas mais baratas. Tome cuidado também com as promoções: às vezes pode parecer vantajoso levar produtos em maior quantidade pelo preço de um, mas você pode estar desperdiçando dinheiro.
• Reutilize – Roupas, por exemplo, são itens que podem ser reutilizados criando novas peças, o mesmo pode ser feito com vários produtos, até alimentos. Assim você consegue economizar – e esses não são produtos baratos. A recomendação é que você pense em todos os outros itens de sua casa que podem ser reutilizados e não gaste duas vezes.
• Gastos com lazer – Um dos gastos mais fáceis de controlar são os relacionados a passeios, restaurantes e lazer no geral. Com a inflação, os passeios ficam cada vez mais caro – e por isso é recomendado evitar passeios mais custosos. Dê preferência a opções de lazer mais baratas, a diversão pode ser a mesma.
• Pequenos gastos – Esses são os grandes vilões dos orçamentos e como são gastos pequenos, eles passam despercebidos e, ao final do mês, o valor total pode ser surpreendente. O melhor é evitar pequenos excessos de todos os dias como vários cafés e lanchinhos, e até a cervejinha, pois isso pode consumir boa parte de sua renda.
• Carro – O combustível é um dos vilões dessa alta inflacionária, assim, é preciso otimizar esse gasto. Faça uma análise, ´pode ser mais econômico deixar de usar o carro no dia a dia e optar pelo transporte público, ou mesmo pode ser vantajoso usar aplicativos de transporte e vender o veículo. Mais uma opção pode ser compartilhar viagens e dividir as despesas. Outro fator que deve sempre lembrado é de manter o carro revisado para evitar gastos com manutenção.
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