Negros são os mais abordados pela polícia do Rio em todas as situações, diz pesquisa

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Pessoas negras são as mais abordadas pela polícia na cidade do Rio de Janeiro em todas as situações. É o que aponta a pesquisa Elemento Suspeito, que indicou o agravamento do racismo nas abordagens policiais e, por consequência, em todo o ciclo da justiça criminal. Os dados apontam que 68% das pessoas abordadas andando a pé […]

POR Redação SRzd16/02/2022|3 min de leitura

Negros são os mais abordados pela polícia do Rio em todas as situações, diz pesquisa

Sirene de viatura polícia. Foto: Pikist

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Pessoas negras são as mais abordadas pela polícia na cidade do Rio de Janeiro em todas as situações. É o que aponta a pesquisa Elemento Suspeito, que indicou o agravamento do racismo nas abordagens policiais e, por consequência, em todo o ciclo da justiça criminal.

Os dados apontam que 68% das pessoas abordadas andando a pé e 71% no transporte público são negras, enquanto os pretos e pardos somam 48% da população do Rio de Janeiro.

Além disso, 17% já foram paradas mais de dez vezes e 15% de seis a dez vezes. Entre os que tiveram a casa revistada pela polícia, 79% eram negros, bem como 74% dos que tiveram um parente ou amigo morto pela polícia.

O estudo entrevistou 739 pessoas e aprofundou o levantamento com grupos de jovens moradores de favelas, entregadores, motoristas de aplicativos, mulheres e policiais.

Com a análise de idade, gênero, cor, classe e território, os pesquisadores identificaram o perfil típico das pessoas abordadas pela polícia. São os homens negros, com até 40 anos, moradores de favela e periferia e renda de até três salários mínimos.

Em todas as situações analisadas, a proporção de negros abordados pela polícia é sempre maior do que a de brancos. Os negros são 74% dos abordados em vans ou kombis, 72% nos carros de aplicativos, 68% andando de moto e 67% em evento ou festa.

Suspeitos

Os policiais militares que participaram da pesquisa afirmaram que identificam como “elemento suspeito” o indivíduo com “bigodinho fininho e loirinho, cabelo com pintinha amarelinha, blusa do Flamengo, boné”. Para os pesquisadores, a descrição corresponde à estética dos jovens das favelas e periferias cariocas.

As mulheres são menos abordadas que os homens, com 16% do total. Mas quando mulheres e mulheres trans são paradas por agentes de segurança, elas passam por intimidações e têm suas bolsas revistadas, com os pertences muitas vezes espalhados no chão. As participantes da pesquisa também relataram que policiais costumam procurar drogas nos cabelos trançados no estilo africano, usados por jovens negras e negros.

Respostas

Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que a corporação tem a missão central de “defender a sociedade do Rio de Janeiro” e que as ações são “baseadas em protocolos rígidos, treinamentos e orientação”.

“A maioria do contingente policial militar vem das classes de base da sociedade, incluindo as comunidades carentes, o que torna nossos policiais parte do contexto estrutural, histórico e social em que atuam”, informou a Polícia Militar, destacando que “a corporação foi uma das primeiras instituições públicas do país a ser comandada por um negro e hoje mais da metade de seu efetivo de praças e oficiais é composto por afrodescendentes”.

A Polícia Civil informou que não trabalha com abordagens e ostensividade, que são o foco da pesquisa, exercendo a função de polícia judiciária, “que realiza investigações baseadas em Inteligência e não na raça, credo ou qualquer outra característica”.

Confira o estudo detalhado na íntegra aqui

Leia também:

+ Petrópolis confirma 38 mortes; Cláudio Castro define ações após temporal

+ PF repudia fala de Moro e diz que ex-ministro de Bolsonaro mente

* Com informações da Agência Brasil

Pessoas negras são as mais abordadas pela polícia na cidade do Rio de Janeiro em todas as situações. É o que aponta a pesquisa Elemento Suspeito, que indicou o agravamento do racismo nas abordagens policiais e, por consequência, em todo o ciclo da justiça criminal.

Os dados apontam que 68% das pessoas abordadas andando a pé e 71% no transporte público são negras, enquanto os pretos e pardos somam 48% da população do Rio de Janeiro.

Além disso, 17% já foram paradas mais de dez vezes e 15% de seis a dez vezes. Entre os que tiveram a casa revistada pela polícia, 79% eram negros, bem como 74% dos que tiveram um parente ou amigo morto pela polícia.

O estudo entrevistou 739 pessoas e aprofundou o levantamento com grupos de jovens moradores de favelas, entregadores, motoristas de aplicativos, mulheres e policiais.

Com a análise de idade, gênero, cor, classe e território, os pesquisadores identificaram o perfil típico das pessoas abordadas pela polícia. São os homens negros, com até 40 anos, moradores de favela e periferia e renda de até três salários mínimos.

Em todas as situações analisadas, a proporção de negros abordados pela polícia é sempre maior do que a de brancos. Os negros são 74% dos abordados em vans ou kombis, 72% nos carros de aplicativos, 68% andando de moto e 67% em evento ou festa.

Suspeitos

Os policiais militares que participaram da pesquisa afirmaram que identificam como “elemento suspeito” o indivíduo com “bigodinho fininho e loirinho, cabelo com pintinha amarelinha, blusa do Flamengo, boné”. Para os pesquisadores, a descrição corresponde à estética dos jovens das favelas e periferias cariocas.

As mulheres são menos abordadas que os homens, com 16% do total. Mas quando mulheres e mulheres trans são paradas por agentes de segurança, elas passam por intimidações e têm suas bolsas revistadas, com os pertences muitas vezes espalhados no chão. As participantes da pesquisa também relataram que policiais costumam procurar drogas nos cabelos trançados no estilo africano, usados por jovens negras e negros.

Respostas

Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que a corporação tem a missão central de “defender a sociedade do Rio de Janeiro” e que as ações são “baseadas em protocolos rígidos, treinamentos e orientação”.

“A maioria do contingente policial militar vem das classes de base da sociedade, incluindo as comunidades carentes, o que torna nossos policiais parte do contexto estrutural, histórico e social em que atuam”, informou a Polícia Militar, destacando que “a corporação foi uma das primeiras instituições públicas do país a ser comandada por um negro e hoje mais da metade de seu efetivo de praças e oficiais é composto por afrodescendentes”.

A Polícia Civil informou que não trabalha com abordagens e ostensividade, que são o foco da pesquisa, exercendo a função de polícia judiciária, “que realiza investigações baseadas em Inteligência e não na raça, credo ou qualquer outra característica”.

Confira o estudo detalhado na íntegra aqui

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* Com informações da Agência Brasil

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