O preço da gasolina nos postos brasileiros chega às vésperas da eleição no maior patamar dos últimos dez anos, aumentando a pressão sobre a política de reajustes instituída pela Petrobras durante o governo Michel Temer.
A gasolina foi vendida em média no postos de combustível do Brasil a R$ 4,65 por litro, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), alta de 0,5% com relação à semana anterior. Há cada dia mais postos cobrando preços superiores a R$ 5 e, nos últimos dias, a ANP chegou a encontrar o litro da gasolina vendido a R$ 6,29.
Neste sábado (22), o secretário do Tesouro do governo Temer, Mansueto Almeida, chegou a afirmar, para defender os preços abusivos, que “quem anda de carro e usa gasolina não é pobre”.
Desconsiderando picos provocados pelo desabastecimento durante a greve dos caminhoneiros, é o maior valor desde janeiro de 2008 (corrigidos pela inflação), quando a cotação do petróleo se aproximava dos US$ 100 (R$ 400, na cotação atual) por barril. Em junho daquele ano, chegou a bater em US$ 140 por barril (R$ 560). Nesta sexta (21), o petróleo Brent fechou a US$ 78,80 (cerca de R$ 315).
Além do efeito da cotação do petróleo, a escalada dos preços em 2018 é fruto da valorização do dólar, uma vez que a política adotada pela Petrobras desde outubro de 2016 determina que a venda do combustível no país deve acompanhar o valor do produto importado, o que inclui repassar a variação cambial.
Atualmente, a Petrobras usa sistema parecido na definição dos preços do gás de botijão de 13 quilos. A cada três meses, o valor é reajustado com base na variação das cotações internacionais e do câmbio nos doze meses anteriores.