Deadpoll & Wolwerine: Na Marvel, a zoeira never ends

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Por Carlos Frederico Pereira da Silva Gama, colaborador do SRzd O terceiro filme do anti-herói Deadpool acaba de estrear nos cinemas de todo o Brasil e de todo o planeta. A julgar pela performance global da produção da Marvel/Disney, Deadpool & Wolwerine será uma das maiores bilheterias de 2024. Após virar figura cult nas duas […]

POR Carlos Frederico Pereira da Silva Gama06/08/2024|4 min de leitura

Deadpoll & Wolwerine: Na Marvel, a zoeira never ends

Deadpool & Wolverine é protagonizado por Ryan Reynolds e Hugh Jackman. Foto: Divulgação

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Por Carlos Frederico Pereira da Silva Gama, colaborador do SRzd

O terceiro filme do anti-herói Deadpool acaba de estrear nos cinemas de todo o Brasil e de todo o planeta. A julgar pela performance global da produção da Marvel/Disney, Deadpool & Wolwerine será uma das maiores bilheterias de 2024. Após virar figura cult nas duas megaproduções lançadas antes da pandemia da COVID-19, o canadense Deadpool retorna ao lado do mais famoso membro dos X-Men, o conterrâneo Wolwerine, para um crossover avidamente esperado. O apelo desse encontro para os cinéfilos da terceira década do século 21, entretanto, adquiriu dimensões inesperadas.

O sucesso multibilionário do universo cinematográfico da Marvel atingiu seu ápice com o fim da saga dos Vingadores em “Guerra Infinita” (2018) e “Ultimato” (2019). A passagem dos heróis dos quadrinhos para as telonas se misturou com questões polarizantes da política global – como a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos – carregadas de tons épicos e profundidade psicológica inesperada para um século distante dos tempos de ouro dos quadrinhos (a Guerra Fria). Os dois filmes finais da saga figuram entre as produções mais rentáveis de todos os tempos (renderam quase 6 bilhões de dólares).

Após a pandemia, o fim das aventuras dos Vingadores no cinema (iniciadas com a crise econômica global de 2008) trouxe solavancos para o toque de Midas da Marvel. O último filme do Homem-Formiga fracassou em todas as plataformas, enquanto as Marvels tiveram apelo limitado. Nos últimos 5 anos, apenas o humor dos Guardiões da Galáxia correspondeu às expectativas da Disney – sucesso somente possível com a extensão do prazo de validade dos personagens para além do desfecho de “Ultimato”.

O encontro de Deadpool e Wolwerine, portanto, envolve uma nova ressurreição – uma manipulação espacial e temporal traz de volta às telas Logan, após o sacrifício heroico no filme homônimo de 2016. Enquanto os últimos filmes dos X-Men exploraram questões globais com intensidade (do terrorismo da Al Qaeda e do “Estado Islâmico” à catástrofe climática), o retorno do adorado mutante canadense ocorre em sintonia com o novo espírito dos estúdios Marvel: diversão não se mistura com polarização.

Curiosamente – para um personagem afligido por uma doença degenerativa crônica – o sucesso de Deadpool não traçou paralelos com a pandemia global. Seu humor irreverente conquistou audiências que jamais leram suas histórias ou que não legitimam suas ações como mercenário. O terceiro filme da série começou a ser filmado em 2016 e foi interrompido pelo coronavírus. A aquisição dos estúdios Fox pela Disney e o investimento nos filmes mais “sérios” deixou Deadpool engavetado. O mercenário – assim como Wolwerine – se especializou em sobreviver em mundos rodeados de catástrofe.

Em 2024, as questões complexas ficam do lado de fora das salas de cinema. Na Marvel, a zoeira never ends. Não podemos dizer o mesmo do streaming – esse é o superpoder da Netflix – ou da rival DC, que lançará a sequência do Coringa de Joaquim Phoenix em Outubro, tendo Lady Gaga como protagonista.

Sobre Carlos Frederico Pereira da Silva Gama: Escritor, poeta, cronista, doutor em Relações Internacionais pela PUC-Rio, fundador do BRICS Policy Center, professor da Shiv Nadar University (Índia), cinéfilo e leitor voraz, fã da Fórmula 1 e da cultura pop, líder das bandas independentes Oblique, EXXC e Still That.

Escreveu para a Folha de São Paulo, Jornal do Brasil, Correio Braziliense, O Dia, Brasil Econômico, Portal R7, Observatório da Imprensa e publicações acadêmicas como Global Governance e E-International Relations. É colunista de música e cinema do blog de cultura pop Cultecléticos.

Publicou quatro livros – “Surrealogos” (2012), “Modernity at Risk: Complex Emergencies, Humanitarianism, Sovereignty” (2012), “Após a Guerra, Estabilidade? Mudanças Institucionais nas Operações de Paz da ONU (1992-2000)” (2016) e “Ensaios Globais: da Primavera Árabe ao Brexit (2011-2020)” (2022).

Por Carlos Frederico Pereira da Silva Gama, colaborador do SRzd

O terceiro filme do anti-herói Deadpool acaba de estrear nos cinemas de todo o Brasil e de todo o planeta. A julgar pela performance global da produção da Marvel/Disney, Deadpool & Wolwerine será uma das maiores bilheterias de 2024. Após virar figura cult nas duas megaproduções lançadas antes da pandemia da COVID-19, o canadense Deadpool retorna ao lado do mais famoso membro dos X-Men, o conterrâneo Wolwerine, para um crossover avidamente esperado. O apelo desse encontro para os cinéfilos da terceira década do século 21, entretanto, adquiriu dimensões inesperadas.

O sucesso multibilionário do universo cinematográfico da Marvel atingiu seu ápice com o fim da saga dos Vingadores em “Guerra Infinita” (2018) e “Ultimato” (2019). A passagem dos heróis dos quadrinhos para as telonas se misturou com questões polarizantes da política global – como a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos – carregadas de tons épicos e profundidade psicológica inesperada para um século distante dos tempos de ouro dos quadrinhos (a Guerra Fria). Os dois filmes finais da saga figuram entre as produções mais rentáveis de todos os tempos (renderam quase 6 bilhões de dólares).

Após a pandemia, o fim das aventuras dos Vingadores no cinema (iniciadas com a crise econômica global de 2008) trouxe solavancos para o toque de Midas da Marvel. O último filme do Homem-Formiga fracassou em todas as plataformas, enquanto as Marvels tiveram apelo limitado. Nos últimos 5 anos, apenas o humor dos Guardiões da Galáxia correspondeu às expectativas da Disney – sucesso somente possível com a extensão do prazo de validade dos personagens para além do desfecho de “Ultimato”.

O encontro de Deadpool e Wolwerine, portanto, envolve uma nova ressurreição – uma manipulação espacial e temporal traz de volta às telas Logan, após o sacrifício heroico no filme homônimo de 2016. Enquanto os últimos filmes dos X-Men exploraram questões globais com intensidade (do terrorismo da Al Qaeda e do “Estado Islâmico” à catástrofe climática), o retorno do adorado mutante canadense ocorre em sintonia com o novo espírito dos estúdios Marvel: diversão não se mistura com polarização.

Curiosamente – para um personagem afligido por uma doença degenerativa crônica – o sucesso de Deadpool não traçou paralelos com a pandemia global. Seu humor irreverente conquistou audiências que jamais leram suas histórias ou que não legitimam suas ações como mercenário. O terceiro filme da série começou a ser filmado em 2016 e foi interrompido pelo coronavírus. A aquisição dos estúdios Fox pela Disney e o investimento nos filmes mais “sérios” deixou Deadpool engavetado. O mercenário – assim como Wolwerine – se especializou em sobreviver em mundos rodeados de catástrofe.

Em 2024, as questões complexas ficam do lado de fora das salas de cinema. Na Marvel, a zoeira never ends. Não podemos dizer o mesmo do streaming – esse é o superpoder da Netflix – ou da rival DC, que lançará a sequência do Coringa de Joaquim Phoenix em Outubro, tendo Lady Gaga como protagonista.

Sobre Carlos Frederico Pereira da Silva Gama: Escritor, poeta, cronista, doutor em Relações Internacionais pela PUC-Rio, fundador do BRICS Policy Center, professor da Shiv Nadar University (Índia), cinéfilo e leitor voraz, fã da Fórmula 1 e da cultura pop, líder das bandas independentes Oblique, EXXC e Still That.

Escreveu para a Folha de São Paulo, Jornal do Brasil, Correio Braziliense, O Dia, Brasil Econômico, Portal R7, Observatório da Imprensa e publicações acadêmicas como Global Governance e E-International Relations. É colunista de música e cinema do blog de cultura pop Cultecléticos.

Publicou quatro livros – “Surrealogos” (2012), “Modernity at Risk: Complex Emergencies, Humanitarianism, Sovereignty” (2012), “Após a Guerra, Estabilidade? Mudanças Institucionais nas Operações de Paz da ONU (1992-2000)” (2016) e “Ensaios Globais: da Primavera Árabe ao Brexit (2011-2020)” (2022).

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