‘Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice’ respeita o clássico que o originou

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Por Ana Carolina Garcia, crítica de cinema do SRzd Há 36 anos, uma conversa entre o cineasta Tim Burton e o ator Michael Keaton mudou os rumos do longa-metragem idealizado pelo primeiro como drama sobrenatural. Para Keaton, o projeto se sairia melhor se o drama fosse suprimido pela comédia com toques de horror, sem economizar […]

POR Ana Carolina Garcia04/09/2024|5 min de leitura

‘Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice’ respeita o clássico que o originou

Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice. Divulgação

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Por Ana Carolina Garcia, crítica de cinema do SRzd

Há 36 anos, uma conversa entre o cineasta Tim Burton e o ator Michael Keaton mudou os rumos do longa-metragem idealizado pelo primeiro como drama sobrenatural. Para Keaton, o projeto se sairia melhor se o drama fosse suprimido pela comédia com toques de horror, sem economizar no exagero nem no politicamente incorreto. Seguindo o conselho do ator, Burton brindou o público com um filme que logo entraria para a lista de clássicos do cinema, “Os Fantasmas se Divertem” (Beetlejuice – 1988, EUA), que conta a história de uma família que tenta se adaptar à casa nova, assombrada pelos fantasmas dos antigos proprietários, Adam (Alec Baldwin) e Barbara (Geena Davis), que conseguem se comunicar com a adolescente Lydia (Winona Ryder), objeto de desejo do fantasma bio-exorcista Beetlejuice, também conhecido no Brasil como Besouro Suco.

Cultuado por críticos e cinéfilos de todo o mundo, “Os Fantasmas se Divertem” se tornou motivo de especulação nas últimas décadas decido aos inúmeros pedidos para uma continuação, algo que Keaton, apesar do interesse, só aceitaria participar se Burton estivesse no comando. E o cineasta, por sua vez, afirmou que aceitaria somente se Keaton reprisasse o papel. Com todas as peças no tabuleiro e as agendas conciliadas, a sequência começou a ser desenvolvida contando com Brad Pitt e David Katzenberg, filho de Jeffrey Katzenberg, entre os produtores executivos.

Principal estreia da próxima quinta-feira (05), “Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice” (Beetlejuice Beetlejuice – 2024, EUA) é ambientado anos após os eventos do original, mostrando a família Deetz reunida para o funeral de seu patriarca, Charles (Jeffrey Jones), que desejava passar a eternidade na cidade da casa assombrada. No local, Lydia volta a sentir a presença de Beetlejuice cada vez mais forte, uma vez que ainda é o objeto de desejo do fantasma que quer transformá-la em sua esposa enquanto foge da fúria de sua ex, Delores (Monica Bellucci). Mas, além de Beetlejuice, Lydia precisa lidar com a filha adolescente, Astrid (Jenna Ortega), e com a fama de apresentadora de TV.

Respeitando a essência e o visual do longa que o originou, “Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice” concede aos fãs uma experiência cinematográfica nostálgica, inclusive por brindar os espectadores com referências a outros trabalhos de Burton, especialmente “Batman” (Batman – 1989, EUA / Reino Unido) e “Batman O Retorno” (Batman Returns – 1992, EUA / Reino Unido), ambos protagonizados por Keaton, que surge em cena tão inspirado quanto no clássico oitentista, brincando com o politicamente incorreto a todo instante numa atuação impecável em que se doa de corpo e alma sem medo de exageros que, neste longa, são bem-vindos.

Um dos nomes mais talentosos do cinema mundial, ignorado pelos grandes diretores por tempo significativo até a aclamação com “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)” (Birdman or The Unexpected Virtue of Ignorance – 2014, EUA), de Alejandro G. Iñárritu, Keaton estabelece jogo cênico impecável com Ryder, que, assim como o colega de cena, mantém intacta a essência de sua personagem, trabalhando suas diferentes camadas.

Ganhando contorno mais sério somente ao abordar os ruídos na relação de Lydia e Astrid, defendida com eficiência por Ortega, “Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice” é um longa produzido para saciar a vontade de seus fãs, seguindo à risca a fórmula do original, mas com uma diferença considerável: no novo longa, a equipe parece estar livre para embarcar nos absurdos de Beetlejuice e seu universo peculiar com leveza, transmitindo ao público a sensação de que aquele sets e locações se transformaram em palcos de uma reunião entre velhos amigos em busca de diversão na agora franquia que poderá ganhar sequência no futuro caso a equipe e o estúdio assim decidam. Sem dúvida alguma, os fantasmas ainda se divertem, e os espectadores, também.

+ assista ao trailer oficial (legendado):

Sobre Ana Carolina Garcia: Formada em Comunicação Social e pós-graduada em Jornalismo Cultural, Ana Carolina Garcia é autora dos livros “A Fantástica Fábrica de Filmes – Como Hollywood se tornou a capital mundial do cinema” (2011), “Cinema no século XXI – Modelo tradicional na Era do Streaming” (2021) e “100 anos do Império Disney: Da Avenida Kingswell à conquista do universo” (2023). É vice-presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ) desde 2021.

Por Ana Carolina Garcia, crítica de cinema do SRzd

Há 36 anos, uma conversa entre o cineasta Tim Burton e o ator Michael Keaton mudou os rumos do longa-metragem idealizado pelo primeiro como drama sobrenatural. Para Keaton, o projeto se sairia melhor se o drama fosse suprimido pela comédia com toques de horror, sem economizar no exagero nem no politicamente incorreto. Seguindo o conselho do ator, Burton brindou o público com um filme que logo entraria para a lista de clássicos do cinema, “Os Fantasmas se Divertem” (Beetlejuice – 1988, EUA), que conta a história de uma família que tenta se adaptar à casa nova, assombrada pelos fantasmas dos antigos proprietários, Adam (Alec Baldwin) e Barbara (Geena Davis), que conseguem se comunicar com a adolescente Lydia (Winona Ryder), objeto de desejo do fantasma bio-exorcista Beetlejuice, também conhecido no Brasil como Besouro Suco.

Cultuado por críticos e cinéfilos de todo o mundo, “Os Fantasmas se Divertem” se tornou motivo de especulação nas últimas décadas decido aos inúmeros pedidos para uma continuação, algo que Keaton, apesar do interesse, só aceitaria participar se Burton estivesse no comando. E o cineasta, por sua vez, afirmou que aceitaria somente se Keaton reprisasse o papel. Com todas as peças no tabuleiro e as agendas conciliadas, a sequência começou a ser desenvolvida contando com Brad Pitt e David Katzenberg, filho de Jeffrey Katzenberg, entre os produtores executivos.

Principal estreia da próxima quinta-feira (05), “Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice” (Beetlejuice Beetlejuice – 2024, EUA) é ambientado anos após os eventos do original, mostrando a família Deetz reunida para o funeral de seu patriarca, Charles (Jeffrey Jones), que desejava passar a eternidade na cidade da casa assombrada. No local, Lydia volta a sentir a presença de Beetlejuice cada vez mais forte, uma vez que ainda é o objeto de desejo do fantasma que quer transformá-la em sua esposa enquanto foge da fúria de sua ex, Delores (Monica Bellucci). Mas, além de Beetlejuice, Lydia precisa lidar com a filha adolescente, Astrid (Jenna Ortega), e com a fama de apresentadora de TV.

Respeitando a essência e o visual do longa que o originou, “Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice” concede aos fãs uma experiência cinematográfica nostálgica, inclusive por brindar os espectadores com referências a outros trabalhos de Burton, especialmente “Batman” (Batman – 1989, EUA / Reino Unido) e “Batman O Retorno” (Batman Returns – 1992, EUA / Reino Unido), ambos protagonizados por Keaton, que surge em cena tão inspirado quanto no clássico oitentista, brincando com o politicamente incorreto a todo instante numa atuação impecável em que se doa de corpo e alma sem medo de exageros que, neste longa, são bem-vindos.

Um dos nomes mais talentosos do cinema mundial, ignorado pelos grandes diretores por tempo significativo até a aclamação com “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)” (Birdman or The Unexpected Virtue of Ignorance – 2014, EUA), de Alejandro G. Iñárritu, Keaton estabelece jogo cênico impecável com Ryder, que, assim como o colega de cena, mantém intacta a essência de sua personagem, trabalhando suas diferentes camadas.

Ganhando contorno mais sério somente ao abordar os ruídos na relação de Lydia e Astrid, defendida com eficiência por Ortega, “Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice” é um longa produzido para saciar a vontade de seus fãs, seguindo à risca a fórmula do original, mas com uma diferença considerável: no novo longa, a equipe parece estar livre para embarcar nos absurdos de Beetlejuice e seu universo peculiar com leveza, transmitindo ao público a sensação de que aquele sets e locações se transformaram em palcos de uma reunião entre velhos amigos em busca de diversão na agora franquia que poderá ganhar sequência no futuro caso a equipe e o estúdio assim decidam. Sem dúvida alguma, os fantasmas ainda se divertem, e os espectadores, também.

+ assista ao trailer oficial (legendado):

Sobre Ana Carolina Garcia: Formada em Comunicação Social e pós-graduada em Jornalismo Cultural, Ana Carolina Garcia é autora dos livros “A Fantástica Fábrica de Filmes – Como Hollywood se tornou a capital mundial do cinema” (2011), “Cinema no século XXI – Modelo tradicional na Era do Streaming” (2021) e “100 anos do Império Disney: Da Avenida Kingswell à conquista do universo” (2023). É vice-presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ) desde 2021.

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