Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, considerado o maior jogador de futebol de todos os tempos, morreu, nesta quinta-feira (29), aos 82 anos, em São Paulo.
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Um dos feitos que mais orgulha os torcedores do Santos, casa de Pelé, aconteceu num 4 de fevereiro. É a história de quando ele e o estrelado clube paulista conseguiram parar uma guerra na Nigéria, em 1969, ao jogar um amistoso em Benin City.
Na época, o país africano estava no meio de uma guerra civil, iniciada em maio de 1967, quando a região do Biafra, no sudeste da nação, se emancipou. O conflito durou até janeiro de 1970, com derrota dos separatistas. Os cálculos são de mais de 2 milhões de mortos.
Havia uma comoção global contra a violenta repressão do governo nigeriano sobre os biafrenses. Artistas como Joan Baez, Jimi Hendrix e John Lennon, autoridades como o Papa Paulo VI e organizações como a ONU tentaram conter o conflito. Sem sucesso.
O Santos foi levado para a Nigéria a convite do governo local para jogar contra uma seleção da região do centro-oeste, onde está Benin City. O amistoso não fazia parte da programação inicial daquela excursão para a África, turnê que deveria ter se encerrado três dias antes com a última partida acontecendo na cidade de Lourenço Marques (hoje Maputo), em Moçambique. A delegação do time brasileiro acabou se deslocando para Benin City sem saber o que estava acontecendo.
“Quando chegamos, alguém falou que o nosso time ia parar uma guerra. A reação foi uma só: O que? Vai parar uma guerra? Que guerra? Tava tudo normal”, disse Lima, que jogou no Santos de 1961 até 1971, alcançando a marca de 694 partidas e 63 gols.
O Santos de Pelé venceu a equipe local por 2 a 1. Gols de Toninho Guerreiro e Edu. No dia seguinte, foi embora do país. A guerra prosseguiu tão terrível quanto antes e só cessaria com a total dominação da região separatista.