O presidente da Associação de Oficiais Militares do Rio de Janeiro (AME-RJ), coronel Fernando Belo, em entrevista à Rádio SRzd, disse que a prisão do governador Luiz Fernando Pezão (MDB) não trará nenhum impacto na atuação das forças de segurança que atuam no estado. “A gestão da Segurança Pública, neste momento, dela não fazia parte o governador, e tão somente o interventor [federal, General Braga Netto]. Portanto, não há qualquer alteração, nessa questão da Segurança Pública, enquanto a intervenção permanecer aqui. A partir daí, acredito que seja só no próximo governo, outras variáveis acontecerão”, disse.

Com atenção voltada para o novo governo que assumirá dia 1º de janeiro, o coronel Fernando Belo pediu cautela diante da intenção do governo Wilson Witzel e “abater criminoso que ‘coloque em risco’ a sociedade”. Para Belo, a questão é “extrema e absolutamente complexa”.

“É preciso que o policial militar não se encante com o canto da sereia. A sereia é muito bonita, tem um canto maravilhoso lá no meio do mar. E a pessoa se encanta, vai buscando, e quando se depara com a realidade, não existe sereia, existe uma profundidade enorme e a pessoa não sabe nadar. Então, o policial militar que aplaudir de pé a autorização de abater, é preciso que ele se precavenha. Precisamos de ações rigorosas, mas elas não passam somente por essa questão de abate. Ela passa também, principalmente, no Congresso Nacional, com alterações rigorosas na legislação penal”.

O presidente da AME-RJ disse também que o novo comandante da PM terá o enorme desafio de além de ter a “tropa na sua mão” criar as condições de que não recaia sobre os policiais penalidades.

Ouça a entrevista completa: