Vice-presidente da Liga fala sobre liminar para permitir crianças menores de 12 anos no Anhembi

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No dia 11 de fevereiro, uma portaria assinada pela juíza Maria Fátima Pereira da Costa, titular da Vara de Infância e Juventude de Santana, definiu que crianças menores de 12 anos de idade estão proibidas de entrar e permanecer em ensaios e em desfiles de escolas de samba, em qualquer área do Sambódromo do Anhembi, […]

POR Redação SRzd17/03/2022|6 min de leitura

Vice-presidente da Liga fala sobre liminar para permitir crianças menores de 12 anos no Anhembi

Vai-Vai protesta contra a proibição de crianças menores de 12 anos de idade no Anhembi. Foto: Cesar R. Santos/SRzd

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No dia 11 de fevereiro, uma portaria assinada pela juíza Maria Fátima Pereira da Costa, titular da Vara de Infância e Juventude de Santana, definiu que crianças menores de 12 anos de idade estão proibidas de entrar e permanecer em ensaios e em desfiles de escolas de samba, em qualquer área do Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, mesmo que acompanhadas dos pais ou responsáveis.

A justificativa era a falta de imunização contra a Covid-19 dessa faixa etária e que este grupo não estaria vacinado a tempo dos desfiles previstos, inicialmente, para os dias 25, 26, 27 e 28 de fevereiro.

+ Leia a portaria na íntegra

Com as apresentações das agremiações adiadas para o feriado do dia 21 de abril, e o início dos ensaios técnicos gerais no Anhembi, a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo trabalha para que as crianças possam participar do evento.

Em entrevista ao SRzd, a vice-presidente da Liga e presidente da Tom Maior, Luciana Silva explicou o que a maior gestora do samba paulistano entrou com uma liminar – ainda sem resposta – para que a decisão seja revista.

“Estamos tentando justificar que as crianças estarão com a segunda dose e que essas crianças têm a autorização dos pais, normalmente elas já estão juntas dos pais. Acho que o poder judiciário tem que entender que Carnaval é cultura. Muitas vezes as crianças têm na escola de samba o que ela não tem na escola normal, na rua e em casa. Vamos brigar muito por isso, inclusive minha escola, que tem um enredo lúdico e que tem tudo a ver com criança, afinal elas são o nosso futuro. Principalmente neste ano é legal trazer a alegria das crianças, isso vai trazer uma representatividade muito maior”, afirmou.

Luciana Silva. Foto: SRzd - Guilherme Queiroz
Luciana Silva. Foto: SRzd – Guilherme Queiroz

Gaviões da Fiel garante 100% das crianças vacinadas até o desfile

Monikinha Guizilim, harmonia e comandante da ala das crianças da Gaviões da Fiel – vencedora do Prêmio SRzd Carnaval 2020 na categoria Ala das Crianças – explicou que todos os integrantes do grupo estarão vacinados até a data do desfile, previsto para o dia 23 de abril.

“Eu venho sempre com 70 crianças no chão e a gente fala que elas são os nossos futuros, então é inadmissível elas estarem fora do Carnaval de São Paulo. Tenho o elenco com 85% das duas doses e estará com 100% até o dia do desfile, então não tem porque as crianças estarem de fora. Amanhã quem vai estar aqui serão elas, a gente precisa das crianças no Carnaval”, disse.

Emocionada, a sambista declarou que no dia do ensaio técnico da agremiação, realizado no último domingo (13), as crianças ligaram para ela chorando por não estarem no Anhembi.

“Foi complicado. Eu sabia que este ensaio seria difícil, passar a faixa amarela e olhar pra trás e não vê-las doeu muito. São 24 anos de Gaviões e 10 cuidando das crianças, tenho várias mensagens no celular com elas vendo os vídeos e fotos e chorando. É uma dor que compartilho com as tias das alas das crianças de outras escolas, nós temos um grupo, estamos nos apoiando, mas está sendo difícil. A vacina chegou, então não tem porque deixar as crianças de fora”, revelou ao SRzd.

Ala das crianças no desfile 2020 da Gaviões da Fiel. Foto: SRzd - Ana Moura
Ala das crianças no desfile 2020 da Gaviões da Fiel. Foto: SRzd – Ana Moura

Diretor da Vai-Vai diz que proibição é “um completo absurdo”

Diretor de Carnaval da Vai-Vai, Gabriel Mello também declarou que não há motivos para as crianças não estarem presentes no Anhembi.

“Se uma criança não tem como discernir o gostar ou não do samba, eu me questiono se ela gosta de ir à igreja ou à escola. Escola de samba é cultura. Na minha casa, filho e sobrinho meu vão crescer ouvindo Carnaval, afinal é lá que a gente aprende a ter disciplina, cultura, respeito ao mais velho. A escola de samba é uma pequena sociedade dentro de outra. Eu entendo que uma vez que o outro argumento que foi utilizado era de que as crianças não tinham a vacinação e agora elas tem, não existe impedimento, é um completo absurdo se isso acontecer”, manifestou ao SRzd.

“A ala ‘Vai-Vai do Amanhã’, pela qual que eu passei e milhares passaram dentro da escola, tem mais de 50 anos, sendo a ala mais antiga dentro do Carnaval de São Paulo em atividade, em exceção aos segmentos tradicionais, e está sendo impedida de desfilar por uma decisão dessa é muito triste. Tem que ser revista”, continuou.

Por fim, Gabriel afirmou que o Carnaval está sofrendo perseguição devido a pandemia: “Existe uma tríade no Carnaval que se chama: canto, dança e ritmo. Acho que se faltar um, o desfile fica manco. Então tem que voltar a harmonia, um Carnaval sem máscara, de samba no pé, porque o mundo inteiro está funcionando e o Carnaval é que está pagando o pato”.

Unidos de Vila Maria protesta contra a proibição de crianças menores de 12 anos de idade no Anhembi. Foto: Cesar R. Santos/SRzd
Unidos de Vila Maria protesta contra a proibição de crianças menores de 12 anos de idade no Anhembi. Foto: Cesar R. Santos/SRzd

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No dia 11 de fevereiro, uma portaria assinada pela juíza Maria Fátima Pereira da Costa, titular da Vara de Infância e Juventude de Santana, definiu que crianças menores de 12 anos de idade estão proibidas de entrar e permanecer em ensaios e em desfiles de escolas de samba, em qualquer área do Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, mesmo que acompanhadas dos pais ou responsáveis.

A justificativa era a falta de imunização contra a Covid-19 dessa faixa etária e que este grupo não estaria vacinado a tempo dos desfiles previstos, inicialmente, para os dias 25, 26, 27 e 28 de fevereiro.

+ Leia a portaria na íntegra

Com as apresentações das agremiações adiadas para o feriado do dia 21 de abril, e o início dos ensaios técnicos gerais no Anhembi, a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo trabalha para que as crianças possam participar do evento.

Em entrevista ao SRzd, a vice-presidente da Liga e presidente da Tom Maior, Luciana Silva explicou o que a maior gestora do samba paulistano entrou com uma liminar – ainda sem resposta – para que a decisão seja revista.

“Estamos tentando justificar que as crianças estarão com a segunda dose e que essas crianças têm a autorização dos pais, normalmente elas já estão juntas dos pais. Acho que o poder judiciário tem que entender que Carnaval é cultura. Muitas vezes as crianças têm na escola de samba o que ela não tem na escola normal, na rua e em casa. Vamos brigar muito por isso, inclusive minha escola, que tem um enredo lúdico e que tem tudo a ver com criança, afinal elas são o nosso futuro. Principalmente neste ano é legal trazer a alegria das crianças, isso vai trazer uma representatividade muito maior”, afirmou.

Luciana Silva. Foto: SRzd - Guilherme Queiroz
Luciana Silva. Foto: SRzd – Guilherme Queiroz

Gaviões da Fiel garante 100% das crianças vacinadas até o desfile

Monikinha Guizilim, harmonia e comandante da ala das crianças da Gaviões da Fiel – vencedora do Prêmio SRzd Carnaval 2020 na categoria Ala das Crianças – explicou que todos os integrantes do grupo estarão vacinados até a data do desfile, previsto para o dia 23 de abril.

“Eu venho sempre com 70 crianças no chão e a gente fala que elas são os nossos futuros, então é inadmissível elas estarem fora do Carnaval de São Paulo. Tenho o elenco com 85% das duas doses e estará com 100% até o dia do desfile, então não tem porque as crianças estarem de fora. Amanhã quem vai estar aqui serão elas, a gente precisa das crianças no Carnaval”, disse.

Emocionada, a sambista declarou que no dia do ensaio técnico da agremiação, realizado no último domingo (13), as crianças ligaram para ela chorando por não estarem no Anhembi.

“Foi complicado. Eu sabia que este ensaio seria difícil, passar a faixa amarela e olhar pra trás e não vê-las doeu muito. São 24 anos de Gaviões e 10 cuidando das crianças, tenho várias mensagens no celular com elas vendo os vídeos e fotos e chorando. É uma dor que compartilho com as tias das alas das crianças de outras escolas, nós temos um grupo, estamos nos apoiando, mas está sendo difícil. A vacina chegou, então não tem porque deixar as crianças de fora”, revelou ao SRzd.

Ala das crianças no desfile 2020 da Gaviões da Fiel. Foto: SRzd - Ana Moura
Ala das crianças no desfile 2020 da Gaviões da Fiel. Foto: SRzd – Ana Moura

Diretor da Vai-Vai diz que proibição é “um completo absurdo”

Diretor de Carnaval da Vai-Vai, Gabriel Mello também declarou que não há motivos para as crianças não estarem presentes no Anhembi.

“Se uma criança não tem como discernir o gostar ou não do samba, eu me questiono se ela gosta de ir à igreja ou à escola. Escola de samba é cultura. Na minha casa, filho e sobrinho meu vão crescer ouvindo Carnaval, afinal é lá que a gente aprende a ter disciplina, cultura, respeito ao mais velho. A escola de samba é uma pequena sociedade dentro de outra. Eu entendo que uma vez que o outro argumento que foi utilizado era de que as crianças não tinham a vacinação e agora elas tem, não existe impedimento, é um completo absurdo se isso acontecer”, manifestou ao SRzd.

“A ala ‘Vai-Vai do Amanhã’, pela qual que eu passei e milhares passaram dentro da escola, tem mais de 50 anos, sendo a ala mais antiga dentro do Carnaval de São Paulo em atividade, em exceção aos segmentos tradicionais, e está sendo impedida de desfilar por uma decisão dessa é muito triste. Tem que ser revista”, continuou.

Por fim, Gabriel afirmou que o Carnaval está sofrendo perseguição devido a pandemia: “Existe uma tríade no Carnaval que se chama: canto, dança e ritmo. Acho que se faltar um, o desfile fica manco. Então tem que voltar a harmonia, um Carnaval sem máscara, de samba no pé, porque o mundo inteiro está funcionando e o Carnaval é que está pagando o pato”.

Unidos de Vila Maria protesta contra a proibição de crianças menores de 12 anos de idade no Anhembi. Foto: Cesar R. Santos/SRzd
Unidos de Vila Maria protesta contra a proibição de crianças menores de 12 anos de idade no Anhembi. Foto: Cesar R. Santos/SRzd

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