O inesperado é uma das coisas mais apaixonantes do cinema. Por exemplo: os diretores John Francis Daley e Jonathan Goldstein, mais o roteirista Frank Perez, nunca haviam feito nada de muito significativo e/ou especial nas telas. Daley e Goldstein até realizaram o remake de “Férias Frustradas”, que é legalzinho, mas não chega a ser marcante. Pois bem, foi justamente deste trio que saiu a comédia “A Noite do Jogo”, que me fez rir como há um bom tempo não ria no cinema.
A trama aborda um grupo de casais amigos que habitualmente se reúnem para jogar. Vale qualquer tipo de jogo, sejam aqueles de tabuleiro, mímica, imagem & ação, tanto faz. Até o dia em que alguém propõe algo diferente e sofisticado: a contratação de uma empresa especializada que arma jogos cênicos, com atores e interpretações profissionais. A tal empresa vai então simular um sequestro e os participantes deverão resolver charadas para descobrir os “sequestradores”. Não é necessário ser nenhum gênio de roteiro para prever que criminosos de verdade invadirão inadvertidamente a brincadeira, causando os mais variados tipos de confusões e mal entendidos.
“A Noite do Jogo” se difere da esmagadora maioria das comédias norte-americanas que temos visto recentemente nos cinemas por vários motivos. Talvez o primeiro e mais visível seja a maneira como o filme faz rir sem recorrer ao humor escatológico, às situações de gosto mais que duvidoso, e às baixarias infanto-juvenis. Além disso, trata-se de um humor apoiado num ótimo texto, repleto de referências e situações tanto divertidas como inteligentes. A química entre o elenco corre solta, com destaque para Rachel McAdams e Jason Bateman.