Há um certo charme inigualável na Inglaterra da virada dos anos 1950. Não sei se é a representação bucólica daqueles últimos momentos que o mundo estava vivendo antes da revolução da beatlemania (sem saber o que o esperava), ou talvez, aquele ar de reconstrução pós Guerra no qual ainda prevaleciam os carros quadrados, os tecidos xadrez e os penteados playmobil, ícones de toda uma era. Não sei. Mas o fato é que “A Livraria” consegue captar com muita felicidade este tal charme inigualável.
É neste entorno afetivo que a diretora catalã Isabel Coixet conta a história de Florence(Emily Mortimer), uma viúva que arregaça as mangas para colocar em prática o antigo sonho de montar uma livraria na bela casa onde vivia, numa deliciosa cidadezinha litorânea inglesa. Num primeiro momento, uma empreitada que nada teria de espetacular que pudesse render um filme neste espetacularizado cinema do século 21. Mas que encanta justamente por isso: pela sua simplicidade.